Topo

Exemplo na área de educação, Finlândia atualiza currículo

Guilherme Tagiaroli/UOL
Imagem: Guilherme Tagiaroli/UOL

Em São Paulo

30/03/2016 09h10

Considerado um país com uma das melhores políticas educacionais do mundo, a Finlândia está atualizando seu currículo, com o objetivo de dar mais autonomia para seus professores. O novo currículo vai estimular e dar mais espaço para que o conteúdo seja trabalhado de forma interdisciplinar, permitindo que os docentes escolham os fenômenos e os assuntos que querem abordar conjuntamente nas várias disciplinas escolares.

"Nosso currículo é um dos mais avançados do mundo. Levamos décadas para montá-lo, mas em educação é preciso andar para frente, renovar, para acompanhar as mudanças do mundo. Nosso segredo sempre foi dar liberdade aos professores e é isso que esperamos promover ainda mais", disse Sanni Grahn Laasonen, ministra da Educação e Cultura da Finlândia. Ela falou sobre tendências para a educação, ontem, no Colégio Rio Branco, em São Paulo.

De acordo com Sanni, o processo de reforma do currículo envolveu todos os educadores do país, o que dá garantias da colaboração de todos para que o novo modelo seja bem sucedido. "Os professores nas nossas escolas têm muita liberdade e uma mudança curricular não poderia ser diferente. Nós vamos continuar com a política de sempre, não dizemos aos professores quais materiais devem usar, como ensinar ou onde dar aula. Eles têm de ter liberdade porque são eles que estão na sala de aula e sabem o que funciona melhor com cada aluno e turma", disse a ministra.

Formação

Para Sanni, a fórmula do sucesso da educação na Finlândia é a formação dos professores. Todos que querem ser docentes no país precisam não apenas ter graduação, mas mestrado na área educacional.

"A Finlândia é um país em que historicamente o professor é valorizado, mas nosso currículo reforça esse apreço. É por isso que conseguimos que nossos melhores estudantes virem professores", disse Sanni.

Além de o currículo finlandês focar nos projetos interdisciplinares, ele também avança no maior uso de ferramentas digitais em sala de aula. "Esse processo de digitalização não significa apenas colocar um computador em sala de aula, mas usar essas ferramentas tecnológicas para aumentar e melhorar o processo de aprendizado, por exemplo, usando jogos. Sobretudo, nós queremos que aprender seja divertido", disse.

Exemplo

Nos últimos anos, a Finlândia tem figurado nas primeiras posições do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), alternando os três primeiros lugares com Cingapura e China, com a vantagem de oferecer uma educação universalmente gratuita.

Enquanto a Finlândia reforma seu currículo, o Brasil deve terminar neste ano o seu primeiro currículo nacional, que vai estabelecer os conhecimentos e habilidades essenciais que todos os estudantes devem adquirir na educação básica.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.