Ocupação na PUC Minas muda de prédio para Enem
Belo Horizonte - A aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG) ocorreu sem qualquer problema no primeiro dia do exame. A prova foi para cerca de 32 mil pessoas. Na quinta-feira, 3, estudantes da universidade ocuparam um prédio da Faculdade de Ciências Humanas.
Assim como ocorreu em outras escolas, houve o risco de cancelamento das provas. Os manifestantes, no entanto, depois de negociação com a direção da universidade, decidiram se transferir para outro prédio.
Isso aconteceu porque na sexta-feira, 4, em reunião com o comando da PUC, os manifestantes deixaram o prédio onde se encontravam e mudaram para outro onde são dadas aulas de teatro, no qual não havia aplicação de provas. Os candidatos ao Enem mais próximos desse prédio estavam a pelo menos 400 metros de distância. "Não vi nada", afirmou o garçom Carlos Henrique de Assis, 23 anos, um dos primeiros a deixar a universidade. O candidato pretende cursar Web Design.
Os alunos que ocupam o prédio afirmaram que não têm interesse em atrapalhar a aplicação das provas. "Nossa manifestação tem como objetivo protestar contra a redução dos recursos para educação. Queremos, inclusive, a garantia de que o Enem vai continuar sendo realizado nos próximos anos", afirma Lana Marx, 20 anos, aluna do curso de Geografia da PUC.
Com provas marcadas para a universidade, Iracema Ferreira, 35 anos, disse não apoiar as ocupações. "Não acho positivo. Muita gente estudou, se planejou, e agora vai fazer provas só em dezembro, quando estariam de férias".
Segundo balanço do Ministério da Educação e Cultura (MEC), 29 escolas de Belo Horizonte que receberiam alunos para a realização do Enem tiveram o exame suspenso, entre escolas estaduais e faculdades da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Com a suspensão, cerca de 60 mil alunos tiveram as provas adiadas para dezembro.
Na PUC, dois alunos foram eliminados das provas, o servente de pedreiro Jackson Oliveira, 22 anos, e o estudante Erick Gomes, 20 anos. Jackson discutiu com um monitor sobre o boné que queria usar durante as provas. "Cheguei e ninguém falou nada. Quando pedi para ir ao banheiro, disseram que eu não poderia estar usando e me mandaram embora", disse. Já Erick estava com um relógio de pulso. Tanto o boné quanto o relógio são proibidos de serem usados durante as provas, conforme as regras do exame.
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