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PF indicia 6 professores e mais 22 por desvio de recursos na UFRGS

Julia Affonso e Carla Bridi, especial para o Estado

06/06/2018 17h54

A Polícia Federal concluiu o inquérito da Operação PhD, deflagrada em dezembro de 2016 para investigar desvio de recursos de programas federais de incentivo à pesquisa, especialmente do Projeto SUS Educador. Foram indiciados 28 investigados por estelionato, associação criminosa, falsidade ideológica e inserção de dados falsos em sistemas de informação, de acordo com a participação individual na fraude.

Entre os indiciados, estão seis professores, cinco servidores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e bolsistas que "recebiam valores indevidamente".

Segundo a PF, a investigação colheu provas de que a associação criminosa que integrava a coordenação de projetos relacionados à área de saúde da UFRGS, "se utilizava dessa condição para incluir bolsistas que, muitas vezes, não reuniam os requisitos para serem contemplados".

O programa fraudado visava à capacitação de profissionais da área da saúde que atuariam como multiplicadores do conhecimento, ampliando o atendimento do SUS à população em diversas regiões do Brasil.

Em um caso, destaca o inquérito da Operação PHD, ficou comprovado que uma pessoa com ensino médio incompleto recebia bolsa de doutorado no valor de R$ 6,2 mil.

"Os valores recebidos retornavam aos mentores da fraude em dinheiro vivo, depósitos em conta corrente, além de outras formas", assinala a PF.

O inquérito policial foi compartilhado, com autorização judicial, para que a UFRGS realizasse os procedimentos administrativos disciplinares que lhe competem. Os professores e funcionários estão afastados das funções.

Defesa

A Universidade Federal do Rio Grande do Sul afirma que ainda não teve acesso ao relatório final do inquérito concluído pela Polícia Federal. A UFRGS que, assim que notificada, dará prosseguimento aos procedimentos administrativos internos instaurados desde a denúncia feita à Polícia Federal.