Ex-aluna do Colégio Militar aproveita evento e cobra Bolsonaro sobre cortes do MEC
Ao contrário das centenas de estudantes que foram impedidos de entrar hoje no Colégio Militar para protestar contra o corte de verbas na educação pública, a ex-aluna e hoje estudante de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Maria Eduarda Sá Ferreira, 24 anos, "lavou a alma", segundo a própria, ao conseguir abordar o presidente da República, Jair Bolsonaro, durante solenidade para cobrar uma revisão das medidas.
Apesar de receber apenas um leve sorriso de espanto -- "ele não esperava", diverte-se a estudante -- ao se dirigir a ele e falar apenas "vergonha, ser inimigo da educação pública" (fato que foi confirmado depois pela assessoria do presidente), Sá Ferreira se deu por satisfeita e espera que o governo reveja os cortes anunciados na semana passada pelo Ministério da Educação (MEC).
O governo anunciou corte médio de 30% dos repasses das instituições de ensinos federais, inclusive do Colégio Pedro II, cujos alunos eram a grande maioria do protesto desta segunda-feira em frente ao Colégio Militar, enquanto lá dentro Bolsonaro comemorava os 130 anos da instituição.
Sá Ferreira, que se formou no Colégio Militar em 2013, afirma que o maior sonho de quem se forma na instituição centenária é chegar às universidades federais, o que poderá ficar comprometido, se Bolsonaro levar adiante o anúncio feito pelo MEC.
"Eu sou contra esses cortes porque sei que a maioria dos sonhos dos estudantes daqui, que não vão seguir na carreira militar, justamente é estudar nas universidades de ponta do País, e as universidades de ponta do País são as universidades públicas", alertou.
Para ela, estudar no Colégio Militar foi fundamental para chegar à UFRJ, e denuncia que o custo do Exército para manter os colégios voltados para a categoria são muito mais elevados do que os colégios civis, por isso são melhores. "Foi o que me fez chegar na UFRJ, aqui eu tive um bom ensino e estou me formando em Direito", ressaltou. "Sou totalmente contra esse corte e por isso vim aqui para passar essa mensagem, para ele (Bolsonaro)."
E concluiu: "Espero que ele reveja essa posição, eu espero que repense, atacar as universidades públicas federais é atacar a produção de conhecimento, a iniciação científica, isso é muito custoso para um País que quer se desenvolver."
Segundo a assessoria de Bolsonaro, "ele foi educado e não comentou sobre a cobrança da ex-aluna".
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.