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CNPq atrasa pagamento de bolsas para pesquisadores

Sede da CNPq; presidente da instituição diz que recursos estão garantidos - Marcelo Gondim e Carlos Cruz/Divulgação CNPq
Sede da CNPq; presidente da instituição diz que recursos estão garantidos Imagem: Marcelo Gondim e Carlos Cruz/Divulgação CNPq

Leon Ferrari

São Paulo

07/02/2023 12h50

O presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Ricardo Galvão, admitiu nesta terça-feira (7) que o pagamento de bolsas de pesquisadores está atrasado. Segundo ele informou nas redes sociais, isso ocorre por causa de "trâmites burocráticos de transição da documentação para a nova gestão" do órgão, ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia.

Galvão afirmou que os recursos "estão todos garantidos". Ele disse também que o CNPq tenta "agilizar o processo para fazer os depósitos o mais rápido possível". Na publicação no Twitter, porém, ele não falou em um prazo para que o depósito seja feito.

A Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) disse que, após contato com o CNPq, o órgão de fomento à pesquisa disse que os pagamentos devem ocorrer até esta quarta-feira, dia 8. Hoje, as bolsas de iniciação científica, mestrado e doutorado têm os valores de R$ 400, R$ 1,5 mil e R$ 2,2 mil, respectivamente.

Aumentar os investimentos de campanha foi uma das bandeiras de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), após quatro anos de cortes orçamentários no setor durante o governo Jair Bolsonaro (PL). O novo governo havia prometido anunciar reajuste dos bolsistas da pós-graduação (CNPq e Capes, ligada ao Ministério da Educação) ainda em janeiro, mas isso não ocorreu.

Já em evento na semana passada, a ministra da Ciência, Luciana Santos, disse que o reajuste seria anunciado por Lula ainda "no primeiro semestre". A expectativa é de reajuste de cerca de 40% no valor, que não tem aumento desde 2013.

A falta de valorização dos profissionais que optam pela área da pesquisa é apontada como um dos principais fatores para o desestímulo de jovens seguirem essa carreira. O problema também impulsiona a chamada "fuga de cérebros" - quando talentos brasileiros da ciência migram para estudar e trabalhar fora do país.