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Pico da Neblina - Ponto culminante "perdeu" 20,3 metros

Da Redação<p/>Em São Paulo

O pico da Neblina (no Estado do Amazonas) é o ponto mais alto do território brasileiro. Porém, uma nova medição realizada com o auxílio de um aparelho chamado GPS (sistema global de posicionamento), que funciona transmitindo dados via satélite, aponta que o pico tem 2.993,8 metros -20,3 metros mais baixo do que se imaginava.

Além do pico da Neblina, outros pontos tiveram a sua altitude revista pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e pelo IME (Instituto Militar de Engenharia), em 2004.

A Pedra da Mina (2.798,4 metros), na divisa entre São Paulo e Minas Gerais, tirou do pico das Agulhas Negras (2.791,6 metros), no Rio de Janeiro, o título de ponto mais alto da serra da Mantiqueira (na fronteira de Minas, Rio e São Paulo).

Com a nova medição, a Pedra da Mina foi o que teve o maior valor alterado para cima, "ganhando" 28,4 metros ao passar de 2.770,0 metros para 2.798,4 metros. O pico das Agulhas Negras "ganhou" quatro metros, passando de 2.787,0 metros para 2.791,6 metros.

Além dos picos da Neblina, das Agulhas Negras e da Pedra da Mina, o IBGE e o IME revisaram também a altitude do pico 31 de Março, no Estado do Amazonas. Ele é aproximadamente 20 metros mais baixo do que se imaginava, tendo 2.972,7 metros, em vez de 2.992,4 metros.

Revisão

A revisão geográfica faz parte do Projeto Pontos Culminantes, que ainda irá medir a altura precisa de dois outros picos: o da Bandeira e do Cristal, ambos na divisa dos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo. Antes da revisão dos quatro picos, o da Bandeira (2.889,8 metros) era o terceiro maior e o do Cristal (2.780,0 metros) era o quinto.

"O que mudou foi apenas a metodologia. A antiga era a correta para a época [década de 1960], mas hoje já há um método mais moderno", explica Nilo Cesar Coelho da Silva, coordenador de Geodésia do IBGE.

Silva diz que a definição de valores mais precisos ajuda a orientar melhor o vôo de aeronaves que voam a uma altitude próxima desses picos. "Não estamos falando de "boeings", que voam muito mais alto, mas a definição mais precisa da altura é fundamental para orientar a navegação de aviões de médio e pequeno porte", afirma.

As informações são da Folha de S.Paulo

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