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Apesar de melhora, educação brasileira ainda tira "nota vermelha"

Bruno Aragaki e<br>Mariana Tramontina<br>Em São Paulo

11/06/2008 15h16



Dados divulgados pelo MEC (Ministério da Educação) nesta quarta-feira (11) apontam que a educação brasileira, apesar de avanços no ensino fundamental, ainda tira "nota vermelha". Em nenhuma das etapas de ensino analisadas no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), as médias foram maiores que cinco, mínimo exigido a um aluno de educação básica na rede pública para passar de ano.

Nas séries iniciais do ensino fundamental (de 1ª à 4ª séries), as médias chegaram, em 2007, a 4,2 numa escola de 0 a 10. O valor supera a meta estabelecida pelo MEC para o ano passado e atinge já aquela prevista para 2009.

No ensino fundamental 2, o antigo ginásio (5ª a 8ª série), as médias continuam longe de sair do "vermelho", apesar da expansão de 8,57% e terem chegado a 3,8.

Alagoas, que teve o menor Ideb de 2005, está entre os três Estados com maior evolução no ranking. Conseguiu passar dos 2,5 para 3,3.

Em seguida, vêm Mato Grosso e Maranhão com as maiores expansões: de 3,6 para 4,4, e de 2,9 para 3,7, respectivametne.

Entre as regiões do país que mais evoluíram nas séries iniciais, Nordeste sai na frente: pulou de 2,9 para 3,5, ultrapassando a meta de 3 para 2009. Norte, sul e sudeste conseguiram mais 0,4 pontos: o primeiro agora tem 3,4, o segundo tem 4,8 e o terceiro tem 4,4. Sudeste teve o menor aumento: de 4,6 para 4,8 -- a meta para 2009 é de 5 pontos.

Enquanto o ensino fundamental de todos os Estados evoluiu no Ideb, o ensino médio teve queda de até 0,4 pontos no índice. Esse foi o caso de Sergipe, que caiu de 3,3 para 2,9. O Estado agora terá que crescer em 0,5 pontos para alcançar a meta de 2009, que é 3,4.

Minas Gerais

Nas séries iniciais do ensino fundamental, apenas Minas Gerais não conseguiu atingir a meta, que era de 4,8: o Estado continuou nos 4,7 obtidos em 2005.

O ensino médio também permaneceu estático, nos 3,8. O secretário ajdunto de Educação do Estado, João Antônio Filocre, disse que o resultado surpreendeu e que o Ideb pode não ser o melhor indicador da qualidade do ensino no Brasil.

"Temos avaliações como o Proalfa e o Proeb [outrsos sistemas de avaliação] que mostram evolução no indicador de aprendizado dos alunos, e usamos a mesma metodologia do MEC. Queremos a base de dados do Ministério para saber se os dados estão corretos. Já temos o pé atrás", disse, referindo-se ao erro do MEC na divulgação do último Educacenso.

"Eles divulgaram números errados e deixaram 150 mil alunos de fora. Isso também pode colocar o Ideb sob questão".
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