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Sabe o que é BV e BVL? Veja como falar com o seu filho sobre primeiro beijo

Carla Hosoi<br>Especial para UOL Educação

Em São Paulo

30/04/2011 07h00

Quando o assunto é beijo, uma realidade é certa: quase nenhum adolescente com 12 ou 13 anos de idade quer ser BV (Boca virgem) ou BVL(Boca virgem de língua). Alguns saem até na frente e  com 11 anos já vivenciaram essa primeira experiência. Para os pais, encarar o fato com naturalidade nem sempre é fácil. Hoje, esse primeiro beijo não tem nenhuma conotação romântica e, por vezes, nem está associado ao prazer. Pode ser muito mais uma cobrança dos amigos, uma maneira de se inserir num grupo e assim descartar de vez um rótulo tão incômodo. Antes de iniciar uma conversa, é importante aceitar esse universo adolescente e ter consciência de que hoje os filhos estão muito mais exposto.

Como puxar o papo:

Se o filho ou a filha já está saindo com amigos, frequentando matinês em clubes, cabe aos pais perceberem o momento em que o assunto pode fluir sem maiores constrangimentos. Os pais sabem quando alguma coisa diferente aconteceu.

Se o sinal foi dado, é hora de introduzir o papo. E uma boa dica para não se dar mal logo na primeira tentativa é "não bater de frente". Aproveite uma atividade que façam juntos para introduzir o tema: uma cena da novela em que aconteceu um beijo, um filme que estão vendo juntos. Durante a conversa, valorize o beijo como uma descoberta de carinho, de namoro.

Ser paciente e ter bom humor também ajudam muito, principalmente se o adolescente em questão faz o gênero "caladão". Nestes casos, fale e não se surpreenda se não ouvir sequer uma resposta. O importante é sinalizar que há espaço para um diálogo aberto e sem rodeios.

Como NÃO agir:

Qualquer tom proibitivo ou repreensivo não é aconselhável. Pode até ser mais um motivo para deixar de ser BV em caráter de urgência. Fazer uso de experiências pessoais vale a pena apenas se o pai ou a mãe se sente à vontade para se expor. Mesmo assim, as expectativas, a importância e a simbologia do primeiro beijo hoje não são os mesmos de antigamente(mas nem por isso deve ser banalizado).

Fontes: Arlete Gianfaldoni, médica assistente doutora da clínica ginecológica  Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e especialista em ginecologia e obstetrícia da Infância, membro da Sogia (Sociedade de obstetrícia e ginecologia da Infância e Adolescência), Marcos Ribeiro, autor do livro Conversando com seu filho adolescente sobre sexo, Ivette Gattás, psiquiatra da Infância e Adolescência e coordenadora da Unidade de Psiquiatria da Infância e Adolescência (UPIA) da Unifesp, Maurício de Souza Lima, médico hebiatra.