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Professor com doutorado recebe menos que um policial rodoviário; tabela com comparações ganha destaque no Facebook

Do UOL, em São Paulo

23/05/2012 16h48Atualizada em 01/06/2012 11h46

Uma tabela publicada no Facebook comparando os salários de professores com outros cargos que exigem concurso público já foi compartilhada por mais de 10.500 pessoas. A tabela mostra, por exemplo, que o salário de um policial rodoviário federal com nível superior completo (R$ 5.782,11) é maior que a remuneração de um professor adjunto com doutorado (R$ 4.300).

Os editais dos concursos confirmam a diferença, mas vale destacar que não são todos do mesmo ano -foram utilizados dados de concursos públicos realizados entre 2008 e 2012. A primeira tabela divulgada na rede social foi alterada para corrigir algumas divergêrcias encontradas com relação aos editais. Veja abaixo a tabela retificada:

Veja a tabela publicada no Facebook

  • Reprodução/Facebook

Segundo o edital do concurso público utilizado para a elaboração da tabela acima, professores com dedicação exclusiva são os que recebem os melhores salários: um titular com mestrado ganha R$ 7.818 e um titular com doutorado tem remuneração de R$ 11.755.

Em comentário na rede social, o responsável pela publicação da tabela afirmou: “ Pior mesmo é analisar sob a ótica da formação, pois enquanto um doutor leva no mínimo seis anos mais na Academia para se formar a remuneração de um advogado graduado da União é 338,36% maior".

A maioria dos comentários diz que a remuneração dos professores é injusta, alguns questionam os valores mais antigos e outros afirmam que estão fazendo o curso de direito no lugar do mestrado.

E você, o que acha da remuneração dos professores no nosso país? Use o espaço dos comentários para registrar a sua opinião.

Greve nas universidades federais

Na última quinta-feira (17), os professores de universidades federais começaram uma greve nacional organizada pelo Andes-SN (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior). Ontem (22), a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) aderiram à paralisação.

Até o momento, 41 universidades estão paradas, além de 3 institutos federais. Somente na região Norte, a adesão à greve das universidades federais chega a, pelo menos, 70% do contingente, segundo os sindicatos das categorias.

Segundo o Andes-SN, a categoria luta pela reestruturação da carreira de docente e por melhores condições de trabalho.

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse nesta quarta-feira (23) que "não há necessidade de greve" dos professores das universidades federais e pediu que os docentes reconsiderem a situação de negociação do plano de carreira dos professores com o governo federal e encerrem a paralisação. 

As negociações entre a categoria e o governo são coordenadas pelo Ministério do Planejamento. De acordo com o ministro, o acordo entre o governo e a categoria previa um reajuste de 4% nos salários dos professores universitários a partir de março deste ano e a criação de um plano de carreira de docente para que tivesse vigência em 2013.