Em 2015, professor doutor em início de carreira ganhará apenas 0,85% mais do que hoje
A proposta apresentada pelo MEC (Ministério da Educação) e pelo Ministério do Planejamento aos docentes federais em greve representará, descontada a inflação dos três anos, aumento de apenas 0,85% para o professor com doutorado em início de carreira em 2015.
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Segundo a proposta do governo, em 2015 um professor com doutorado que começar a dar aulas em uma universidade ganhará R$ 8.439,77. Sem a proposta e computando o reajuste pela inflação de 4,5% ao ano, um docente iniciante ganharia R$ 8.368,94 em 2015.
Os cálculos, feitos pela economista Fabiana de Felício a pedido do UOL Educação, mostram que o reajuste proposto pelo governo quase não afeta a remuneração do doutor com dedicação exclusiva em início de carreira.
No caso de professores que já estão na carreira, há reajustes reais que, no caso de professores titulares - topo de carreira - podem chegar a 27%.
Explicando a proposta
Salário em fevereiro/2012 | Salário corrigido pela inflação em 2015 | Proposta do governo para 2015 | Diferença entre valores | |
Iniciante com doutorado | 7.333,67 | 8.368,94 | 8.439,77 | + 0,85% |
Assistente mestre 2 | 4.759,71 | 5.431,62 | 6.171,22 | + 13,62% |
Assistente mestre 1 | 4.651,59 | 5.308,24 | 6.171,22 | + 16,26% |
Adjunto doutor 4 | 7.913,30 | 9.030,39 | 10.952,19 | + 21,28% |
Titular doutor | 11.755,05 | 13.414,46 | 17.057,74 | + 27,16% |
- 1. Os cálculos consideram inflação de 4,5% por ano no período
- 2. Para efeito de cálculo, foram considerados só professores em dedicação exclusiva
- Fonte: Fabiana de Felício, Ministério do Planejamento e Ministério da Educação
O Andes-SN (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior) critica a proposta do governo e divulgou, na última segunda-feira (16) nota afirmando que o governo faz “um jogo de números maquiados” e que a proposta de reajuste só apresenta ganho real, acima da inflação, para uma classe de professor que representa menos de 10% de toda a categoria.
Para o secretário de Educação Superior do MEC, Amaro Lins, é preciso olhar para a carreira como um todo –na expectativa salarial do professor ao longo da carreira. “O que nós queremos é tornar a carreira atraente para os novos professores, e principalmente que eles percebam que têm espaço de desenvolvimento da carreira na universidade”, disse.
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- http://educacao.uol.com.br/enquetes/2012/07/13/o-que-voce-achou-da-proposta-do-governo-aos-professores-federais-em-greve.js
Já a assessoria de imprensa do Ministério do Planejamento disse que o ingresso na carreira docente é “opcional” e que um salário de um professor iniciante é atrativo principalmente no interior do país.
Plano de carreira
Essa diferença vem acompanhada de uma mudança proposta no plano de carreira dos docentes. Atualmente, existem 17 níveis, contando com o de titular. Um doutor só pode entrar hoje como adjunto 1.
A proposta do governo atende em parte a uma reivindicação do Andes-SN (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), que pedia a reestruturação da carreira. Pelo texto apresentado, o número de “níveis” cai para 13, incluindo o de titular. No entanto, o professor doutor entra na universidade em uma categoria mais baixa, a de auxiliar 1.
“Como doutor, você já começava como adjunto 1. Agora, vai entrar como auxiliar 1 e terá mais passos, são 13 passos”, disse o professor Ricardo Summa, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
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