Proposta do governo para plano de carreira privilegia evolução por produção
Em resposta à demanda do Andes-SN (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior) por uma reestruturação da carreira dos professores, o governo apresentou uma proposta de carreira que reduz o número de níveis e privilegia a produção.
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Atualmente, existem cinco “categorias” de professor, em ordem crescente de salário: auxiliar, assistente, adjunto e associado (além da de titular, que é a parte). Cada uma dessas “categorias” tem quatro “níveis” internos, totalizando 16 (17, se contar a de titular). Um doutor só pode entrar hoje como adjunto 1.
A proposta do governo reduz o número de “níveis” para 12 (13, com o titular) e o professor entra na categoria mais baixa, a de auxiliar 1.
Porém, existe uma possibilidade de o professor progredir mais rápido, na chamada aceleração por progressão: o ingressante precisa passar por um estágio probatório de três anos. Ao final deste período, ele apresenta à universidade um dossiê com suas atividades acadêmicas. Se aprovado, ele progride para a categoria de adjunto 1. Para subir para a de adjunto 2, é necessário esperar mais dois anos e apresentar um novo dossiê de atividades.
O topo da carreira é o cargo de professor titular, que só tem um “nível” interno. Hoje, só 10% dos docentes das universidades podem atingir essa categoria. A proposta do governo aumenta esse percentual para 20%.
Explicando a proposta de reajuste salarial
Salário em fevereiro de 2012 | Salário corrigido pela inflação em 2015 | Proposta do governo para 2015 | Diferença entre valores | |
Iniciante | 7.333,67 | 8.368,94 | 8.439,77 | + 0,85% |
Assistente mestre 2 | 4.759,71 | 5.431,62 | 6.171,22 | + 13,62% |
Assistente mestre 1 | 4.651,59 | 5.308,24 | 6.171,22 | + 16,26% |
Adjunto doutor 4 | 7.913,30 | 9.030,39 | 10.952,19 | + 21,28% |
Titular doutor | 11.755,05 | 13.414,46 | 17.057,74 | + 27,16% |
- 1. Os cálculos consideram inflação de 4,5% por ano no período
- 2. Para efeito de cálculo, foram considerados só professores em dedicação exclusiva
- Fonte: Fabiana de Felício, Ministério do Planejamento, Ministério da Educação
Andes
O sindicato que representa a categoria defende que a subida de nível seja feita automaticamente a cada 24 meses, sem contrapartidas. Além disso, o Andes-SN pede um reajuste (“step”) de 5% a cada nível atingido pelo professor.
O Andes também quer o fim das categorias e a utilização direta de 13 níveis (contando o de titular). Ou seja, ao invés de evoluir do nível assistente 3 para assistente 4, por exemplo, o docente iria do nível 7 para o nível 8.
Para o secretário de Educação Superior, Amaro Lins, com a progressão baseada na atividade acadêmica o professor estará sempre “motivado”.
“É importante que a gente tenha a consciência de valorização da pessoa, de seu desempenho acadêmico, de sua motivação: que o professor que entre se sinta permanentemente motivado a progredir para ter um melhor desempenho”, afirmou.
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