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Quem se esqueceu de preencher a cor do caderno, mas copiou frase, terá Enem 2012 corrigido

Do UOL, em São Paulo

06/11/2012 19h19Atualizada em 06/11/2012 19h20

Os candidatos que se esqueceram de marcar a cor da prova no gabarito do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2012 terão o teste corrigido caso tenham transcrito a frase encontrada em cada uma das folhas de resposta, afirmou o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) nesta terça-feira (6). Na situação inversa (preencher a cor e esquecer a frase), também haverá correção.

Segundo o Inep, a frase –que serve como medida de segurança– também identifica a cor do caderno. Ou seja, para cada frase, existe uma cor de caderno correspondente: se, por exemplo, a frase do caderno azul é “O rato roeu a roupa do rei de Roma”, o sistema de correção tem como saber qual prova foi feita, caso o estudante a tenha transcrito.

Cada folha de respostas tinha um campo para a marcação da cor e a transcrição da frase. A instrução para preenchimento da cor do caderno e da frase estava presente no edital e no próprio cartão de respostas. Os fiscais de prova também foram orientados a repetirem antes da prova a norma.

Os gabaritos da prova devem ser divulgados nesta quarta-feira (7).

Opiniões

Para os professores, a prova trouxe enunciados longos e a exigência de uma leitura crítica feita pelos candidatos. O exame apresentou textos com problemática social e com diferentes tipos de linguagem, como tirinhas, poesia e artes.

O tema da redação foi "Movimento Imigratório para o Brasil no século XXI", citava os casos dos bolivianos e dos haitianos e pedia que o candidato sugerisse propostas de intervenção.

“A prova exigiu um aluno com boa leitura, com senso crítico”, avalia a professora Vera Lúcia Antunes, do curso e colégio Objetivo.

Já o primeiro dia de prova foi mais abrangente e explorou conteúdos de todo o currículo escolar com interdisciplinaridade, segundo os professores.

Em Belo Horizonte, o tema da redação dividiu os primeiros estudantes que saíram da prova, no meio da tarde deste domingo. Para Amanda Rabelo, 18, a proposta apresentada pelos elaboradores das provas foi considerada “normal”. “Foi normal. Consegui desenvolver bem o tema”, disse a candidata que cursa o primeiro ano de direito e pretende usar a nota do exame para obter uma bolsa para desconto na mensalidade.

Já Jéssica Nocce, 21, considerou “horrível” o tema proposto da redação. “Tive muita dificuldade, foi horrível o tema. A gente não está falando disso na atualidade”, disse. Ela cursa marketing na Fumec, situada na capital mineira e pretende uma bolsa.

Primeiro dia

A prova do primeiro dia do Enem trouxe enunciados mais curtos do que os da prova de 2011, porém exigiu mais conteúdo do candidato. Essa é a avaliação feita pelos professores ouvidos pelo UOL Educação.

“Os enunciados foram um pouco mais curtos. É uma evolução porque antes o candidato não tinha tempo para ler tudo e fazer a prova”, avaliou Luís Ricardo Arruda, coordenador geral do Anglo.

Em relação ao conteúdo, a prova do sábado foi mais abrangente e explorou conteúdos de todo o currículo escolar com interdisciplinaridade. "É a primeira versão em que conseguem atingir grandes objetivos – domínios de conteúdos essenciais e avaliar habilidades e competências", considera Célio Tasinafo, diretor pedagógico da Oficina do Estudante.

A prova de ciências da natureza exigiu do candidato contas e mais conteúdo de física, química e biologia do que em anos anteriores. “Uma prova um pouco mais exigente que a do ano passado. Manteve certo padrão de cobrar conceitos e teve um terço da prova com cálculo”, afirma Alexandre Lopes Moreno, professor de Física do Etapa.

O professor Ricardo Helou Doca, do Curso e Colégio Objetivo, aponta problemas de formulação em duas questões, sendo que uma delas seria passível de anulação para o professor. “Se o aluno usa todos os dados presentes no enunciado percebe uma inconsistência e não chega à resposta”, afirma.

Em biologia, foram abordados temas como evolução, genética e saúde. "Um nível muito bom de biologia fundamental", afirma Constantino Carnelos, professor de Biologia do Objetivo.

Na parte de química, o candidato pode ter enfrentado dificuldades. "Eles procuraram varrer todo o conteúdo programático que é pedido em uma Fuvest. Acredito que para o aluno de ensino público foi muito difícil", considerou Sérgio Teixeira Bignardi, professor de Química do Objetivo.

A prova de ciências humanas abordou mais temas do que em anos anteriores. Havia enunciados sobre história do Brasil e internacional, sobre idade antiga, sobre idade contemporânea. Também entraram no exame questões sobre sociologia e filosofia, além de geografia humana e natural.

“Os enunciados estavam mais bem elaborados que nos últimos tempos. Era uma prova de conhecimento que abarca todo o currículo do ensino médio”, considera o professor de história do Objetivo Daily de Matos Oliveira. No entanto, o professor aponta que uma das questões tem mais de uma alternativa possível.

Os professores destacaram que a parte de geografia teve apenas um gráfico e nenhum mapa. Entraram temas como reciclagem, transgênicos, lixo e poluição do solo.

Também foi destaque, para os professores, a exigência de conteúdos de sociologia e filosofia. "Sempre aparece no programa, mas nunca cobram", afirmou Luís Ricardo Arruda, coordenador geral do Anglo.