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SUS utiliza EAD para capacitar profissionais em regiões remotas

Do UOL, em São Paulo

27/12/2012 06h00Atualizada em 27/12/2012 10h52

Durante horários livres que sobram na hora do almoço, as enfermeiras podem usar ambulâncias como salas de aula para terem cursos a distancia de atualização profissional. No Amazonas, o mesmo ocorre em barcos, as “ambulanchas”, que atendem a população ribeirinha.

Essas são ações do sistema Rute (Rede Universitária de Telemedicina), criado pelo governo brasileiro em 2006. A rede tem hoje cerca de 1.500 profissionais da área médica.

Os veículos precisam ser necessariamente computadorizados para transmitir as teleconferências que ocorrem via sistema Rute, implantado para hospitais universitários de ensino e hospitais públicos certificados para ensino, em um total do que chamam de 68 "núcleos". Há ainda webconferências que são acessadas de maneira prática por celulares ou computadores. 

A Rute está em todos os Estados brasileiros para motivar o ensino a distância e a pesquisa colaborativa, seus principais focos, e a discussão de diagnósticos.

Os participantes – podem ser alunos, residentes, pesquisadores e especialistas brasileiros ou estrangeiros – se reúnem em SIGs (sigla em inglês para grupos de interesse especial) e têm aulas virtuais ou debates sobre uma especialidade médica. 

 “Um médico no Acre que precisa de uma teleconsultoria em cardiologia pode se conectar com outros profissionais da área para ouvir uma segunda opinião. Sem a rede, ele nunca teria acesso a um especialista”, explica Luiz Ary Messina, coordenador da Rute.  

Para participar, o profissional  precisa ser ligado a uma das instituições públicas (hospitais universitários de ensino e hospitais públicos certificados para ensino) atendidas pelo Rute. 

São mais de 300 instituições, não só do Brasil, mas também do exterior (países da América Latina e Europa, mais Japão, Austrália e Estados Unidos) envolvidos no projeto. 

O Japão, conhecido pelo alto índice de casos de câncer de estômago, encabeça um grupo de discussão brasileiro sobre endoscopia na Rute, cita Alexandra Monteiro, médica radiologista e professora da Faculdade de Medicina da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro). 

A médica lembra que, em uma as crises de disseminação da dengue no Estado, a orientação e treinamento de municípios distantes também ocorreram de forma remota.

Além da Rute, os profissionais da saúde contam com duas outras redes de ensino a distância que são bancados pelo governo e, portanto, sem custo algum. 

O Telessaúde e o Teleodontologia têm programas com cursos e seminários de atualização profissional . Pela Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde, aos participantes são disponibilizados cursos livres e de capacitação, além dos de pós-graduação a distância.