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Professores da rede estadual de SP entram em greve a partir de segunda

Nelson Antoine/ Fotoarena/ Estadão Conteúdo
Imagem: Nelson Antoine/ Fotoarena/ Estadão Conteúdo

Lucas Rodrigues

Do UOL, em São Paulo

19/04/2013 16h35Atualizada em 19/04/2013 20h55

Os professores da rede estadual decidiram entrar em greve por tempo indeterminado a partir de segunda-feira (22). A decisão foi tomada em assembleia na tarde desta sexta (19) em assembleia no Masp (Museu de Arte de São Paulo). Cerca de 5.000 manifestantes interditaram todas as faixas da avenida Paulista.

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Os professores reivindicam reposição salarial de 36,74% e complementação do reajuste referente a 2012, o cumprimento da jornada extraclasse, o fim da remoção e da designação de professores das escolas de tempo integral, entre outras demandas. A manifestação é organizada pela Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo). 

Secretaria fala em "campanha mentirosa"

A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo afirmou que considera descabidas as reclamações da Apeoesp. Segundo a pasta, 90% dos profissionais da educação garantiram o andamento das aulas nesta sexta-feira e o registro de faltas teve crescimento de 4,8% do total de docentes, em relação à média diária de ausências de 5%.

De acordo com o órgão, o governo cumpre integralmente a Lei do Piso do Magistério, com um salário inicial dos professores de educação básica 2, com jornada de 40 horas semanais, de R$ 2.088,27. Ainda segundo a secretaria, o "Estado obedece também ao limite máximo de dois terços da carga horária total estabelecido pela Lei do Piso para a jornada de trabalho docente em classe."

"Na verdade, entre os principais objetivos da mobilização da Apeoesp está a desconstrução do diálogo direto com a rede estadual de ensino estabelecido pela Secretaria da Educação", diz a nota. O órgão também diz que o sindicato fez uma "campanha mentirosa" e teria afirmado que a greve já estava definida antes mesmo da assembleia.

Aumento de 8%

Nesta semana, o governo anunciou um reajuste de 8% para docentes e servidores da educação. A decisão tenta compensar a perda pela inflação, que, no passado, foi de 5,84% (IPCA). Representantes sindicais criticaram.

Com os 8%, o piso salarial de início de carreira, de 40 horas, passará a R$ 2.257,84. O valor de 2013, que vale a partir de 1.º de julho, representa um aumento de R$ 44,28 em relação ao previsto anteriormente para o ano. Em 2014, com os 7% de reajuste previsto, o valor será de R$ 2.415,89.

A Apeoesp entende que o reajuste não representa ganho real. "Pelo menos demonstra que (a política) não vai ficar congelada, mas o problema é o porcentual. Os dois pontos são vergonhosos", diz a presidente da Apeoesp, Maria Izabel Noronha. "Não houve compensação da inflação do ano passado e de 2011. Teria de ser, no mínimo, 12% neste para se falar em ganho real."