Alunos da USP ganham prêmio internacional de aviação

De um projeto iniciado dentro da sala de aula ao 1° lugar de uma premiação internacional com mais de 1,6 mil grupos concorrentes. Esse foi o trajeto de cinco alunos do quarto ano de design da USP (Universidade de São Paulo).

Com o desenho de uma plataforma que reduz em até 30% o tempo de carga e descarga de bagagens nos aeroportos, Adriano Furtado, Caio Reis, Henrique Corazza, Leonardo Akamatsu e Marcos Philipson ganharam o concurso Fly Your Ideas 2013, entregue na última sexta-feira (14) em Paris.

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A ideia nasceu há dois anos, quando um professor lançou o desafio para que os alunos desenvolvessem um produto para a indústria aeronáutica. Após uma pesquisa, descobriram que o embarque e desembarque de malas é feito manualmente por trabalhadores em posições que causam danos à saúde.

A solução encontrada foi uma plataforma que, com colchões de ar inflados automaticamente, cria um declive no compartimento de bagagens do avião. O declive somado a uma base desenhada para reduzir o atrito permite que as malas sejam carregadas ou descarregadas com a ajuda da gravidade.

Assim, a plataforma não só reduz o tempo de carga e descarga –diminuição de cerca de seis minutos em voos domésticos –, como também melhora as condições de trabalho dos carregadores.

“A beleza do projeto deles é a simplicidade. Nada foi inventado. Tudo já existia, mas eles foram capazes de reunir o conhecimento em uma ótima ideia”, considera Felipe de Castro, engenheiro da Airbus, realizadora do concurso.

Design e engenharia

Na final, o grupo brasileiro de estudantes de design concorreu com equipes de engenheiros da Austrália, Índia, Itália e Malásia.

“É importante mostrarmos que o design e a engenharia devem trabalhar juntos, que podemos trazer valor e eficiência para o processo. Acabar com aquela ideia de que inovação tem que vir da engenharia”, enfatizou Caio Reis, 22.

Além de conseguir a aprovação no curso, a ideia já rendeu um segundo lugar no prêmio Idea Brasil e 30 mil euros, premiação dada pela empresa Airbus à equipe ganhadora do concurso.

Daqui para frente, os estudantes vão atrás da patente do produto e de possíveis investidores para um protótipo. “Nosso projeto não precisa de itens muito complexos. Precisamos fazer um protótipo e testes, mas é uma ideia que está muito próxima de se tornar realidade”, afirmou Adriano Furtado, 21.

* A jornalista viajou a convite da Airbus