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PM de Santa Catarina dá choque para conter estudante em sala de aula

Policiais militares efetuaram disparos de taser contra um adolescente de 16 anos em Santa Catarina - Caio Marcelo/Agência RBS
Policiais militares efetuaram disparos de taser contra um adolescente de 16 anos em Santa Catarina Imagem: Caio Marcelo/Agência RBS

Renan Antunes de Oliveira

Do UOL, em Florianópolis

19/08/2013 20h03

A Polícia Militar de Santa Catarina abriu nesta segunda-feira (19) um inquérito para apurar o uso da arma de choque (taser) por dois soldados da corporação para conter e prender um estudante numa escola pública de Florianópolis, na manhã de hoje. A PM foi chamada depois que o aluno desobedeceu a ordens e ameaçou agredir uma professora em sala de aula.

O incidente começou quando um aluno de 16 anos do colégio Dayse Salles estava ouvindo música e dançando em aula, aparentando estar drogado. A professora tentou acalmá-lo, sem sucesso. Segundo o diretor Juliano Reckers, o jovem passou a desafiar todas as pessoas que o abordavam.

O diretor disse que tentou contato com os pais por telefone, mas não conseguiu localizá-los. Em seguida, pediu orientação ao Conselho Tutelar, que sugeriu chamar a PM.

Segundo colegas e professores, o aluno não aceitou nenhum comando dos PMs para parar. A essa altura, a aula já estava suspensa. Para dominar o estudante, um dos PMs aplicou nele um choque com a arma taser, deixando-o imobilizado. Ele foi algemado e levado para o camburão.

A cena revoltou os colegas. Duas estudantes foram detidas por desacato aos PMs. Os três alunos foram levados à 1ª Delegacia de Polícia. O aluno causador da confusão e as meninas foram liberados e entregues aos pais. 

O diretor disse que ficou surpreso com o uso de taser no aluno. Segundo ele, o menino tinha tido até então um bom comportamento, mas, na manhã da confusão, chegou à escola "fora do normal, foi ficando agressivo e não obedecia a mais ninguém".

O diretor disse que ele e dois PMs tentaram retirar o estudante da aula sem violência, mas ele teria começado "a chutar carteiras e a reagir". "Eu não teria usado o taser, mas os policiais são treinados para situações assim."

Segundo o coronel da PM Mauro Silveira, o IPM vai investigar a ocorrência porque " o uso do taser no ambiente escolar teria de ter sido mais bem avaliado".