Garota de 12 anos chamada de 'gorda' é agredida em Piracicaba (SP)
Uma adolescente de 12 anos foi agredida por cinco colegas em frente a uma escola estadual em Piracicaba (a 160 km de São Paulo). O caso aconteceu na segunda-feira (23), mas a menina diz que vem sofrendo bullying há aproximadamente um mês.
“Todo dia sou chamada de gorda, baleia e saco de estrias, mas foi a primeira vez que apanhei delas”, conta. A mãe dela registrou o caso na Polícia Civil.
Segundo depoimento do pai da garota, Nilson Tancredo, a ação foi filmada pelas agressoras, que teriam objetivo de divulgar o vídeo em redes sociais. A adolescente, que apresenta ferimentos no rosto e nas costas, passou por exame de corpo de delito ontem. O caso aconteceu em frente à escola João Guidotti.
A agressão durou aproximadamente cinco minutos, segundo o pai. Na versão da garota, um motorista que passava pelo local desceu do carro e apartou a briga. A vítima aproveitou a situação para correr até a casa dela, que fica na mesma rua, a poucos metros da escola. “Eu ouvi o barulho e saí na rua. As meninas estavam perseguindo a minha filha. Ela chegou toda ensanguentada, machucada mesmo”, conta.
O pai da menina disse que a escola sabe do bullying. “Falamos com a direção, houve uma reunião, mas as meninas continuaram”, disse. De acordo com a mãe da jovem, a diretora, ao saber do ocorrido, afirmou que havia conversado com as alunas.
"A diretora me disse, quando soube da surra que minha filha levou, que chamou as meninas, bem antes de acontecer a briga, e que havia conversado com elas para tentar impedir o bullying”, afirmou a mãe.
Segundo o pai da jovem, a menina foi novamente ameaçada na tarde de ontem por pessoas que passaram na frente da casa dele. “Gritaram para que a gente retirasse a ocorrência e disseram que iam dar uma surra nela. Eu estou indo buscar a menina e a levo todo dia, mas estou com medo que aconteça algo dentro da escola”, disse.
Apuração
A Secretaria de Estado da Educação informou que a briga ocorreu no lado de fora da escola, mas que os pais das meninas envolvidas na agressão foram convocados para uma reunião com a Diretoria de Ensino.
Questionada sobre o bullying supostamente sofrido pela menor, a secretaria informou que a escola não tinha conhecimento do fato e que “ações pedagógicas que cabem à instituição são feitas permanentemente com os estudantes”.
A escola João Guidotti foi procurada, mas um funcionário que não quis se identificar disse que ninguém da direção estava autorizado a falar sobre o assunto.
A Polícia Civil de Piracicaba foi procurada e informou que investiga o caso e que irá ouvir o depoimento das envolvidas, bem como dos familiares, nos próximos dias.
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