Topo

Adolescente agredida por nota zero em trabalho tem medo de represálias

Arquivo pessoal
Imagem: Arquivo pessoal

Gabriela Lousada

Do UOL, em Santos

04/10/2013 11h20Atualizada em 04/10/2013 11h28

Uma jovem de 14 anos agredida por uma colega de classe na última terça-feira (1º) ainda tem medo de sofrer represálias. A agressão, ocorrida em uma unidade do Colégio Objetivo, em Santos, no litoral de São Paulo, teria sido motivada após as outras integrantes do grupo receberem nota zero por não terem participado do trabalho em equipe.

De acordo com a mãe da estudante agredida, Vanessa Sabino, ela não tem ido à escola e quer ser transferida para outra unidade. "Conversei com a coordenadora que me prometeu uma solução para o problema", afirmou Vanessa. “As ameaças por parte das meninas pararam, mas ela ainda tem medo de sofrer represálias.”

Entenda o caso

A agressão ocorreu após o grupo responsável por um trabalho na disciplina de geografia e história ter sido chamado na coordenação da escola para esclarecer algumas dúvidas sobre atividade proposta. Segundo a vítima, tudo foi feito exclusivamente por ela, mas o nome de outras duas colegas foi inserido no trabalho.

A adolescente conta ainda que, ao sair da sala da coordenadora junto com as outras integrantes do grupo, foi indagada por uma delas sobre o motivo de ter contado a verdade sobre o trabalho.

"Eu não queria discutir, mas ela ficou na minha frente e começou a me peitar, querendo briga. Eu peguei o cabelo dela e a gente foi para o chão, ficamos uns 10 minutos ali. Ela veio para cima de mim e começou a me arranhar", explicou a jovem.

Segundo Vanessa, antes da briga ela havia sido chamada na coordenação para tomar conhecimento do assunto. "A coordenadora disse que não achava certo ela [filha] fazer tudo sozinha. Conversei, pedi para deixar do jeito que estava e disse que no próximo cada um faria o seu [trabalho]", disse a mãe.

Ainda segundo Vanessa, a coordenadora disse que "ia manter a nota igual para todas do grupo, mas que seria um aviso". "No final, manteve a nota 3 da minha filha [o trabalho valia 4] e tirou a das outras, ocasionando a confusão", relatou.

Após a briga, a adolescente agredida foi encaminhada ao Pronto Socorro para receber tratamento médico e à delegacia fazer um boletim de ocorrência, acompanhada da mãe.

Apesar da vontade da filha de mudar de escola, Vanessa afirma que ela vai terminar o ano no colégio. "Ela vai se formar lá neste ano, mas irei acompanhá-la [nas aulas]. Meu advogado disse que tenho esse direito", conclui a mãe.

Resposta do colégio

Em nota enviada à imprensa, a diretoria do colégio esclareceu que "o grupo conversou com a coordenação para sanar as dúvidas pedagógicas ocorridas anteriormente. Intermediado pela coordenação, o problema foi solucionado".

A diretoria diz ainda que "esse comportamento é repudiado pela instituição" e que nenhuma medida administrativa ou pedagógica definitiva será tomada enquanto não for concluída a análise individual das envolvidas. "Toda decisão será consequência da apuração dos fatos", completa.