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A escola como conhecemos vai desaparecer, diz educador português

António Nóvoa, educador português - Foca Lisboa/UFMG
António Nóvoa, educador português Imagem: Foca Lisboa/UFMG

Marcelle Souza

Do UOL, em São Paulo

23/05/2014 16h55

A escola como o único "ambiente do saber", como um conjunto de salas de aula, em que o professor ensina verticalmente um grupo de alunos, está com os dias contados. Isso é o que defende António Nóvoa, professor do Instituto de Educação da Universidade de Lisboa, em Portugal.

Durante palestra nesta sexta-feira (23) na feira Educar/Educador, Nóvoa disse que, por causa da tecnologia, os alunos hoje aprendem de uma forma muito diferente dos seus pais. Os conhecimentos são infinitos e transmitidos de forma horizontal. Por isso, afirma o educador, é preciso repensar o modelo lousa-professor-aluno. 

"Não há nada que se assemelhe ao que estamos a viver. No futuro teremos uma escola muito diferente da que conhecemos. Haverá uma multiplicação dos espaços e um conjunto de professores que vão trabalhar em rede", disse.

Em rede

"A escola não vai ser sinônimo de prédio escolar, ela vai dar lugar a essa rede de colaboração, de construção coletiva de um projeto educativo". 

Se os professores devem trabalhar cada vez mais em conjunto, a escola também vai precisar aprender a dialogar com outras instituições produtoras de conhecimento e de cultura no seu entorno. Para Nóvoa, a escola hoje se comporta como ainda estivesse no século 19, quando era isolada e representava o único "ambiente do saber" de cada comunidade.

"Chegou o tempo de pensar a educação para além da escola, de pensar todas as dimensões educativas que existem na cidade, na sociedade".

Por fim, Nóvoa destacou que nada substitui o bom trabalho do professor. A diferença, diz o pesquisador, é que o educador não está mais sozinho e precisa aprender a trabalhar em rede.