Não quero voltar para a escola, diz estudante agredida em Sorocaba (SP)
A estudante Júlia Apocalipse, de 13 anos, não pretende voltar para a Escola Estadual Hélio Del Cístia, em Sorocaba, onde foi agredida por uma garota de 16 anos no início deste mês. “Eu quero estudar, mas não quero voltar para a escola”, diz.
Aluna da 7ª série do ensino fundamental, ela deixou de ir à escola no último dia 9, quando foi agredida, e espera que o pai consiga uma vaga em uma escola particular da cidade. Júlia teve danos em três dentes – dois deles perdidos de forma permanente - e ficou com hematomas no rosto.
A briga começou na porta da escola e terminou dentro da instituição de ensino, no dia 9 de setembro. A Polícia Civil de Sorocaba investiga a agressão.
A adolescente que agrediu Júlia disse, em depoimento à polícia, que a briga aconteceu depois de Júlia ter chamado, pelas redes sociais, uma amiga dela de “macaca”. Júlia e a família negam a versão.
“Eu não tenho problema em estudar em qualquer lugar, mas acho que, se for para outra escola pública, seja estadual ou municipal, essa situação vai continuar e ninguém vai fazer nada. Não tenho mais segurança”, disse a estudante. “A briga foi em boa parte dentro da escola. Ninguém fez nada”, ressaltou.
Por enquanto, Júlia continua matriculada na mesma escola. “Estamos vendo o que vamos fazer. Vou atrás de opções, ver o que consigo”, disse Jairo Apocalipse, pai da vítima.
Tratamento
Na tarde de hoje, Júlia esteve com o pai em uma clínica particular de Atibaia. Ela passou por exames e já recebeu uma prótese provisória no lugar dos dentes perdidos. Segundo Jairo, o tratamento será doado pela clínica. “Eu não tenho condições para arcar com esse custo”, disse.
Júlia tem dificuldades para comer e diz que está traumatizada. “Eu sei que vou ter que ir a um psicólogo. Ainda não consigo olhar direito para o meu rosto”, diz.
Ela afirma ainda que, junto com os dentes, perdeu também uma de suas principais rotinas, que era usar as redes sociais para postar selfies e fotos com as amigas. “Gostava de ver as fotos de rosto, publicar, mostrar para as pessoas. Mas não estou mais nas redes sociais”, conta.
Segundo Jairo, a medida foi adotada pela família para impedir que mensagens negativas chegassem a ela. “Ela não tem mais Facebook, não está no WhatsApp. Achamos que era hora de dar um tempo, cuidar dela”, disse o pai.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.