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Alunos brasileiros conquistam 1º lugar em campeonato mundial de robótica

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Imagem: Divulgação

Eduardo Schiavoni

Do UOL, em Americana (SP)

14/07/2015 15h03

Uma turma de alunos do Sesi de São José do Rio Preto (a 438 km de São Paulo) conquistou, no final de semana, o título da FLL (First Lego League) World Class, o campeonato mundial de robótica. A competição, uma das três mais prestigiosas do mundo na área de robótica para estudantes de 9 a 16 anos, aconteceu entre sexta e domingo (12) na Universidade Macquarie, em Sydney, na Austrália.

Nomeada Robotic Generation, a equipe brasileira, composta por oito estudantes de ambos os sexos, com idades entre 14 e 16 anos, teve que vencer outros 43 times, de 21 países. O torneio é uma iniciativa do grupo Lego e da organização americana First (sigla que significa Para Inspiração e Reconhecimento da Ciência e Tecnologia) em parceria com o MIT (Massachusetts Institute of Technology).

"Nem dá pra descrever a sensação que tivemos quando soubemos que éramos os primeiros", conta Caroline Zanata, 14, estudante do 9º ano do ensino fundamental e integrante da equipe. "Competimos com os melhores do mundo, e vencemos. Deu um pouco de medo, mas conseguimos", disse.

De acordo com Mario Eugênio Onofre, coordenador da robótica no Sesi em São Paulo, o título conquistado demonstra que existe, no Brasil, inovação e criatividade capazes de colocar o país em pé de igualdade com as grandes potências educacionais. "Esse torneio reúne o que há de melhor na robótica feita por jovens de todo o mundo. Disputamos com países relevantes, como a China, e vencemos. Isso prova que o Brasil tem, sim, capacidade para competir", disse.

Tendência

Além dos alunos de Rio Preto, estiveram presentes a Bazinga, do Colégio Objetivo de Indaiatuba (SP), a Itaperobota, do Sesi de Itapetininga (SP), e a X-G, do Colégio Maranhense Marcelino Champagnat, de São Luís (MA), sendo que a equipe de Itapetininga recebeu o prêmio de melhor apresentação de pesquisa e a de Indaiatuba levou o troféu Judges Awards. "Isso mostra que não trata-se de um caso isolado, mas sim de uma tendência", finaliza Onofre.

Segundo ele, a participação de estudantes em eventos desse tipo ajuda a consolidar o aprendizado e mostra que a educação pode utilizar com sucesso elementos como a criatividade. "A conquista mostra um caminho que devemos seguir. O Brasil é criativo, e pode usar sua criatividade na educação. Para montar um projeto de robótica, é preciso acompanhamento multidisciplinar, envolvimento e trabalho em equipe. Houve robôs melhores que o brasileiro, mas ninguém superou nossos alunos em trabalho de equipe e criatividade", disse.

Alunos brasileiros conquistam 1º lugar em campeonato mundial de robótica; jogo - Divulgação - Divulgação
Jogo desenvolvido pelo grupo para ajudar crianças a entenderem o termo 'falácia'
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Critérios

As equipes são avaliadas em três categorias independentes: a elaboração de um projeto de pesquisa sobre um tema educacional de relevância mundial, o trabalho em equipe, e o Desafio do Robô, modalidade da competição em que os alunos constroem e programam um robô autônomo capaz de cumprir missões predeterminadas. Para cada uma das categorias há pontuações separadas e o vencedor geral é o que consegue a maior soma de pontos.

Como projeto de pesquisa, o trabalho brasileiro desenvolveu uma forma inovadora de trabalhar com um tema ligado à filosofia, a falácia. O termo significa um raciocínio incorreto, mas que passa a aparência de verdadeiro. "Decidimos criar um jogo de tabuleiro que ajuda a criança aprender sobre falácias, identificá-las e saber o que ela é através de exemplos do jogo", disse Carol.

Ela explicou que essa foi a parte mais importante no trabalho do grupo brasileiro e que o jogo de tabuleiro, chamado 'A Falácia do Rei', foi muito bem avaliado pelos jurados. Carol explica que o jogo é "tipo banco imobiliário", com quatro tipos de casa, sendo que cada uma delas tem sua carta indicando tarefas a serem cumpridas, todas envolvendo falácias. "Ele ajuda a identificar falácias em argumentos, expediente utilizado principalmente por vendedores e políticos", explica.

Robô

Já o robô brasileiro, construído com Lego e que funciona com um software desenvolvido pelos estudantes, teve o design avaliado pelos juízes, que levaram também em consideração o desempenho dele na execução de tarefas programadas em uma mesa, por dois minutos e meio.

Entre os desafios propostos pelos juízes para demonstrar a capacidade do robô e o desenvolvimento da programação estão percorrer um roteiro pré-determinado sem cruzar as linhas de limite e abrir portas de forma autônoma. "Utilizamos um programa desenvolvido pela Lego. Baseado no que aprendemos nas aulas de matemática, física e lógica, programamos o robô para as tarefas", explica  Pedro Henrique, 15, estudante do 1º ano do ensino médio, um dos responsáveis pelo desenvolvimento e programação do robô.