Alunos brasileiros conquistam 1º lugar em campeonato mundial de robótica
Uma turma de alunos do Sesi de São José do Rio Preto (a 438 km de São Paulo) conquistou, no final de semana, o título da FLL (First Lego League) World Class, o campeonato mundial de robótica. A competição, uma das três mais prestigiosas do mundo na área de robótica para estudantes de 9 a 16 anos, aconteceu entre sexta e domingo (12) na Universidade Macquarie, em Sydney, na Austrália.
Nomeada Robotic Generation, a equipe brasileira, composta por oito estudantes de ambos os sexos, com idades entre 14 e 16 anos, teve que vencer outros 43 times, de 21 países. O torneio é uma iniciativa do grupo Lego e da organização americana First (sigla que significa Para Inspiração e Reconhecimento da Ciência e Tecnologia) em parceria com o MIT (Massachusetts Institute of Technology).
"Nem dá pra descrever a sensação que tivemos quando soubemos que éramos os primeiros", conta Caroline Zanata, 14, estudante do 9º ano do ensino fundamental e integrante da equipe. "Competimos com os melhores do mundo, e vencemos. Deu um pouco de medo, mas conseguimos", disse.
De acordo com Mario Eugênio Onofre, coordenador da robótica no Sesi em São Paulo, o título conquistado demonstra que existe, no Brasil, inovação e criatividade capazes de colocar o país em pé de igualdade com as grandes potências educacionais. "Esse torneio reúne o que há de melhor na robótica feita por jovens de todo o mundo. Disputamos com países relevantes, como a China, e vencemos. Isso prova que o Brasil tem, sim, capacidade para competir", disse.
Tendência
Além dos alunos de Rio Preto, estiveram presentes a Bazinga, do Colégio Objetivo de Indaiatuba (SP), a Itaperobota, do Sesi de Itapetininga (SP), e a X-G, do Colégio Maranhense Marcelino Champagnat, de São Luís (MA), sendo que a equipe de Itapetininga recebeu o prêmio de melhor apresentação de pesquisa e a de Indaiatuba levou o troféu Judges Awards. "Isso mostra que não trata-se de um caso isolado, mas sim de uma tendência", finaliza Onofre.
Segundo ele, a participação de estudantes em eventos desse tipo ajuda a consolidar o aprendizado e mostra que a educação pode utilizar com sucesso elementos como a criatividade. "A conquista mostra um caminho que devemos seguir. O Brasil é criativo, e pode usar sua criatividade na educação. Para montar um projeto de robótica, é preciso acompanhamento multidisciplinar, envolvimento e trabalho em equipe. Houve robôs melhores que o brasileiro, mas ninguém superou nossos alunos em trabalho de equipe e criatividade", disse.
Critérios
As equipes são avaliadas em três categorias independentes: a elaboração de um projeto de pesquisa sobre um tema educacional de relevância mundial, o trabalho em equipe, e o Desafio do Robô, modalidade da competição em que os alunos constroem e programam um robô autônomo capaz de cumprir missões predeterminadas. Para cada uma das categorias há pontuações separadas e o vencedor geral é o que consegue a maior soma de pontos.
Como projeto de pesquisa, o trabalho brasileiro desenvolveu uma forma inovadora de trabalhar com um tema ligado à filosofia, a falácia. O termo significa um raciocínio incorreto, mas que passa a aparência de verdadeiro. "Decidimos criar um jogo de tabuleiro que ajuda a criança aprender sobre falácias, identificá-las e saber o que ela é através de exemplos do jogo", disse Carol.
Ela explicou que essa foi a parte mais importante no trabalho do grupo brasileiro e que o jogo de tabuleiro, chamado 'A Falácia do Rei', foi muito bem avaliado pelos jurados. Carol explica que o jogo é "tipo banco imobiliário", com quatro tipos de casa, sendo que cada uma delas tem sua carta indicando tarefas a serem cumpridas, todas envolvendo falácias. "Ele ajuda a identificar falácias em argumentos, expediente utilizado principalmente por vendedores e políticos", explica.
Robô
Já o robô brasileiro, construído com Lego e que funciona com um software desenvolvido pelos estudantes, teve o design avaliado pelos juízes, que levaram também em consideração o desempenho dele na execução de tarefas programadas em uma mesa, por dois minutos e meio.
Entre os desafios propostos pelos juízes para demonstrar a capacidade do robô e o desenvolvimento da programação estão percorrer um roteiro pré-determinado sem cruzar as linhas de limite e abrir portas de forma autônoma. "Utilizamos um programa desenvolvido pela Lego. Baseado no que aprendemos nas aulas de matemática, física e lógica, programamos o robô para as tarefas", explica Pedro Henrique, 15, estudante do 1º ano do ensino médio, um dos responsáveis pelo desenvolvimento e programação do robô.
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