Escola que foi alvo de racismo quer mudar de nome para Nelson Mandela
As ruas do entorno da Emei (Escola Municipal de Educação Infantil) Guia Lopes, na zona norte de São Paulo, foram invadidas na última sexta (4) por manifestantes de 4 e 5 anos. A principal reivindicação é digna da mobilização: mudar o nome da escola para Nelson Mandela.
Há cinco anos, a escola iniciou um projeto pedagógico para atender à lei 10.639/03, que trata da inclusão do ensino de história e cultura afro-brasileira no currículo escolar. Por causa das atividades e festas temáticas, a unidade já foi alvo de pichações racistas, mas respondeu às agressões com o fortalecimento do projeto. Em 2014, o UOL visitou a escola e contou como preconceito, discriminação e valorização da cultura afro-brasileira se tornaram temas cotidianos em sala de aula.
A ideia de mudar de nome surgiu em maio deste ano, quando o assunto foi levantado durante uma reunião do conselho da escola. Isso porque poucos pais e alunos sabiam quem foi Guia Lopes – combatente na Guerra do Paraguai --, mas todos conheciam a história de Nelson Mandela.
“O vovô Mandiba [como Mandela é chamado carinhosamente pelos alunos] se tornou uma referência positiva para todas as crianças”, diz a diretora Cibele Racy. “Ele é o patrono que a escola merece ter”, afirma.
Antes de solicitar formalmente a mudança, o nome foi votado entre as crianças, que foram apresentadas também à história de Guia Lopes. Após a vitória de Mandela, a direção apresentou um projeto de alteração do nome da escola para a prefeitura e a Câmara Municipal de São Paulo, onde o processo está em tramitação e não tem prazo para ser analisado de forma definitiva pelos vereadores.
Para dar força ao pedido, a escola fez um abaixo-assinado pela internet e os alunos começaram a “treinar” como fazer uma manifestação. Usaram os espaços da escola para fazer suas reivindicações, discutiram que frases seriam impressas nos cartazes e, finalmente, saíram às ruas no dia 4 para dar voz ao pedido.
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