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Alunos de colégio de MG raspam a cabeça em apoio a professora com câncer

Colégio Berlaar/Divulgação
Imagem: Colégio Berlaar/Divulgação

Rayder Bragon

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte

22/09/2015 17h45

Alunos rasparam a cabeça e alunas cobriram o cabelo com lenços para demonstrarem apoio a uma professora submetida a tratamento contra um câncer de mama, na cidade de Pará de Minas (a 80 km de Belo Horizonte).

A iniciativa aconteceu durante um café da manhã em homenagem à educadora, que leciona a disciplina de matemática para os estudantes do ensino médio no colégio Berlaar Sagrado Coração de Maria. A instituição preferiu manter preservado o nome da docente.

De acordo com o estudante Marcos Francisco Campos, 16, e um dos idealizadores da ideia, a professora, que está afastada há dois meses em razão do tratamento, ficou muito emocionada ao ser recepcionada pelos estudantes.

“Os meninos ficaram escondidos, e as meninas que receberem ela, com os lenços na cabeça. Foi entrando um por um. Todos usavam toucas e, quando já estávamos reunidos, a gente tirou as toucas. Ela chorou neste momento. Nós ficamos emocionados demais e a abraçamos”, explicou.

O estudante disse que a turma ficou sabendo da enfermidade da educadora por meio de outra professora da instituição. “Uma professora nos contou que ela estava com câncer. Daí, eu perguntei aos meninos se eles se animavam a raspar a cabeça para fazer uma homenagem a ela. Eles gostaram da ideia”, contou. Campos disse que dez colegas cortaram os cabelos.

“Além de nossa professora, ela é muito amiga da nossa turma”, frisou.

Apoio

O diretor Paulo Evandro Gonçalves Costa, 41, informou ter apoiado a iniciativa dos alunos ao perceber que alguns deles surgiram com a cabeça raspada no colégio e pediram a realização de um encontro com a professora nas dependências do colégio.

“Eles combinaram entre si. A gente não estava sabendo de nada. Um ou outro chegava aqui com a cabeça raspada, mas a gente achou natural porque muitos passam em vestibulares. Eles nos solicitaram apenas que queriam fazer um café da manhã para a professora”, relembrou.

O dirigente informou que, até então, a direção do colégio estava tentando preservar os alunos da notícia da doença da docente.

“Ela nos comunicou que encontrou esse nódulo maligno há dois meses. E ela, mesmo antes de se submeter ao tratamento, raspou a cabeça. A gente tentou preservar os alunos da notícia, não os alarmando”, declarou.

No tocante ao apego dos estudantes para com a professora, o diretor a descreveu como uma pessoa “rigorosa”, mas “carismática”. “Ela é uma professora muito querida pelos alunos, não é normal um professor de matemática ser tão bem quisto assim. Apesar de ser rigorosa, ela é muito carismática”, explicou.

Segundo ele, os pais dos alunos que participaram da homenagem se solidarizam com a iniciativa dos filhos. “Eu até fiquei com receio de que os pais pudessem pensar que os filhos foram forçados por algum colega a raspar a cabeça, mas todos foram muito solidários com a situação”, disse.