Meu filho já chorou dizendo que não quer mudar de escola, diz mãe de aluno
Jacinta Maria da Silva, 31, tem dois filhos matriculados na Escola Estadual Mary Moraes, no Morumbi, zona oeste de São Paulo, e está com medo do futuro escolar do filho mais novo. A unidade em que as crianças estudam trabalha com alunos dos anos iniciais do ensino fundamental (1º ao 5º ano) e será fechada, de acordo com o plano de reorganização da rede pública de ensino.
A mais velha tem 11 anos e sairá do colégio no ano que vem, porém o irmão de 9 anos ainda está no 3º ano.
“Meu filho não quer mudar de escola. Ele adora aqui. Ele já chorou tanto por isso. Eu também não quero que feche. A escola é ótima e tem professores muito bons. Conheço mães que tiraram os filhos das escolas particulares para matricular aqui”, afirmou Jacinta.
Além do medo da adaptação do filho na nova escola – possivelmente o colégio Professora Neyde Apparecida Sollitto, a mãe teme a superlotação das salas de aula. “Só a turma dele já tem uns 35 alunos. E lá eles já possuem turmas de ensino fundamental. Só quero ver quando juntarem todo mundo. Acho que isso não é reorganização”, disse. Segundo a Secretaria de Educação, "serão preservados os módulos por sala: 30 [alunos por sala] para o ciclo 1 do fundamental, 35 para o ciclo 2 e 40 para o ensino médio".
“Minha filha mais velha já estudou no Sollito e não aguentou ficar lá. Todo dia ela reclamava que a escola era ruim. Aí ela mudou para cá e adorou”, acrescentou.
Segundo Mykaelly da Silva, filha de Jacinta, a estrutura e os professores da Mary Moraes são melhores. “Eu gosto mais daqui. Não quero que a escola feche”, disse a aluna do 5º ano do ensino fundamental.
Ocupação de pais
No sábado (14) a Secretaria de Educação realizou o “Dia E” com o objetivo de prestar esclarecimentos sobre a reorganização escolar. Aproveitando que muitas pessoas estavam presentes na escola Mary Moraes, um grupo de pais de alunos decidiu ocupar o local contra as mudanças na rede e, principalmente, contra as transferências de alunos para outra escola. A iniciativa destoou da maioria das outras ocupações, encabeçada por estudantes.
“Nossos filhos são pequenos, mas têm o direito de ficar na escola que gostam. Nós, como responsáveis, temos o direito de lutar por eles”, declarou Joelma Badu, mãe de uma aluna do segundo ano do ensino fundamental.
De acordo ela, a ocupação foi tranquila e os pais tiveram apoio de integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) e Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo). Representantes dos três grupos se revezam nas atividades da ocupação, como alimentação, limpeza e segurança (controle da entrada e saída de pessoas da escola).
“Nossa escola já está reorganizada. Ela possui ciclo único, tem sala de vídeo, informática, biblioteca. Ela é linda. A Sollito está em ruínas. Não quero minha filha lá”, ressaltou.
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