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Mãe e filha apanham de aluna em frente a escola de Taubaté (SP)

Eduardo Schiavoni

Colaboração para o UOL, em Ribeirão Preto (SP)

25/02/2016 18h52Atualizada em 25/02/2016 20h32

A Polícia Civil de Taubaté investiga a agressão contra uma estudante de 14 anos e sua mãe praticada por outra mãe e filha na porta de uma escola municipal. A agressora, que também tem 14 anos, é colega de escola da vítima e contou com a ajuda da própria mãe durante a briga. O vídeo do ataque foi filmado e ganhou as redes sociais. As agressoras foram ouvidas pela polícia e liberadas, mas responderão por lesão corporal.

As famílias das duas alunas foram chamadas até a escola municipal Professor Cláudio César Guilherme de Toledo, depois de uma discussão entre ambas, orientadas pelas autoridades escolares e, aparentemente, resolveram a questão, segundo Gabriela Antônio, coordenadora de educação da cidade. "O que houve foi uma discussão na escola, que foi presenciada por um dos vice-diretores. Não houve briga física, ele interrompeu a discussão e chamou as famílias, que vieram à escola. Tudo parecia resolvido", contou.

Depois de deixarem a escola, entretanto, as vítimas foram perseguidas e, enquanto ainda estavam na calçada, a aluna iniciou a agressão. Populares tentaram interromper a pancadaria, mas também apanharam. A mãe da estudante também foi agredida durante a ação, que só terminou depois que outras pessoas que passavam pelo local conseguiram impedir os ataques. As imagens foram registradas por familiares das próprias agressoras, que colocaram o vídeo nas redes sociais em postagens onde louvavam a agressividade das autoras da ação.

Filmagem

Na filmagem, a mãe da menor que apanhou, uma cabeleireira de 36 anos, aparece empurrando um carrinho de bebê e pedindo socorro. Por mais de 2 minutos, a filha dela é agredida pela colega de escola e também pela mãe dela. Outras pessoas da família das agressoras também aparecem na filmagem incentivando as agressões.

“Eu estava com meu filho pequeno no carrinho e, sem dizer nada, ela já veio e agarrou os cabelos da minha filha. Tentei evitar a briga, mas não consegui. Pedi ajuda, mas ela bateu também nas pessoas que tentaram ajudar", contou a mãe da vítima, que afirmou ainda que o grupo que cercou as duas tinha "pelo menos dez pessoas".

Depois da agressão à menor, a cabeleireira também foi agredida. Um ciclista que passava pelo local tentou separar a briga, mas também apanhou. Depois, um outro casal que passava pelo local parou o carro e a confusão foi interrompida. As vítimas foram para o Hospital Regional do Vale da Paraíba, medicadas e liberadas.

A Polícia Militar foi chamada ao local, e o caso acabou registrado na delegacia da cidade. Segundo a cabeleireira, a família dela foi ameaçada de morte. "Nós saímos de casa, estamos na casa de parentes. Minha filha não quer voltar pra escola. Eles disseram que, se a polícia ficasse sabendo, a gente ia morrer", conta ela, que prestou depoimento depois que a polícia teve acesso ao vídeo. "Por mim, não avisaria nada. Estamos com medo", disse.

Mãe e filha que, segundo a polícia, já possuem passagens anteriores por tráfico de drogas, prestaram depoimento e irão responder por lesão corporal. A menor pode ficar até três anos apreendida e a mãe está sujeita a pena de até oito anos de prisão. Apesar dos antecedentes, elas foram liberadas.

A reportagem também falou com o Conselho Tutelar da cidade, que informou que, por conta de problemas anteriores, a jovem agressora já era monitorada. O Conselho também disse que oferecerá acompanhamento psicológico às vítimas.

Outro lado

A reportagem tentou contato com as agressoras, mas nenhuma delas atendeu as ligações feitas em seus celulares nem retornaram os recados deixados em suas caixas de mensagem. Elas também foram localizadas na rede social Facebook, mas apagaram os perfis sem responderem às mensagens enviadas.

Procurada, a Polícia Civil informou que o caso está sendo investigado, que todos já foram ouvidos e que, em breve, o inquérito será enviado à Justiça. A delegada responsável pelo caso, entretanto, não foi localizada para comentar.