Ministro da Educação diz que vai cobrar "entidades" por adiamento do Enem
O ministro da educação, Mendonça Filho (DEM), afirmou nesta segunda-feira (7) que o governo vai apresentar ações de ressarcimento à AGU (Advocacia Geral da União) contra “entidades” que teriam fomentado as ocupações escolares e, com isso, causado o adiamento do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2016 a 271 mil estudantes pelo país.
O ministro se referiu aos gastos adicionais que o governo deve ter com a realização da nova rodada de provas, marcada para os próximos dias 3 e 4. As declarações foram dadas em entrevista ao “Jornal Hoje”, da TV Globo. “O governo já identificou as entidades que atuaram de forma a incentivar as ocupações para inviabilizar o Enem”, disse o ministro, na entrevista, sem entrar em detalhes.
“Apresentaremos à AGU os elementos que comprovam a atuação dessas entidades, e essa característica tem que ser demonstrada juridicamente. Temos a obrigação legal e moral de buscar e demonstrar essa caracterização --porque a atuação foi inclusive clara, do ponto de vista de manifestações públicas, em defesa desta tese de ocupar para inviabilizar inclusive as provas do Enem”, afirmou o ministro.
O MEC deve divulgar nos próximos dias o custo com o adiamento de parte das provas –a grande maioria dos candidatos, mais de 8 milhões, fez o exame no último fim de semana. Os locais em que houve adiamento atingem principalmente os Estados de Minas e Paraná, onde está a maior parte das escolas e universidades ocupadas.
Argumento "político"
Não é a primeira vez que o ministro sugere que ações político-partidárias estariam por trás do movimento de ocupação nas escolas --que protesta contra a MP (Medida Provisória) 746, de reforma do ensino médio, e a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 241, que congela investimentos da Uniçao por 20 anos. Ao UOL, dias atrás, por exemplo, Mendonça Filho se disse convencido de que o movimento de ocupação de escolas por estudantes tem contornos partidários. "É evidente que setores ligados ao PT, ao PCdoB e ao PSOL estão instrumentalizando essa mobilização junto com os sindicatos", disse Mendonça Filh, para quem "politizar o Enem foi desrespeitoso com milhões de jovens.
Em resposta ao atual chefe da pasta, o ex, na gestão de Dilma Rousseff, Aloizio Mercadante, destacou que Mendonça Filho foi eleito deputado por um partido "que sempre foi contra o Enem e tudo que o exame representa como política pública e republicana de acesso ao ensino superior". O petista lembrou que a atual equipe do MEC já era crítica do modelo do Enem mesmo em audiências públicas na Câmara dos Deputados. "Está tudo registrado nos arquivos de legislativo", salientou.
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