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Policiais armados impedem que estudante incendeie pneus diante da Uerj

Estudantes preparam barricada para colocar fogo na rua São Francisco Xavier, em frente à Uerj - Julio Cesar Guimaraes/UOL
Estudantes preparam barricada para colocar fogo na rua São Francisco Xavier, em frente à Uerj Imagem: Julio Cesar Guimaraes/UOL

Gustavo Maia

Do UOL, no Rio

11/11/2016 16h22

Policiais civis flagraram o momento em que um universitário de 21 anos estava prestes a atear fogo a pneus diante do principal acesso à Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), na rua São Francisco Xavier, no Maracanã, zona norte do Rio de Janeiro, no início da tarde desta sexta-feira (11). O ato era em protesto contra a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 55, que limita os gastos públicos nos próximos 20 anos.

O jovem, que se identificou como Alexandre Luna e disse ser estudante de biblioteconomia da UFRJ (Universidade Federal do Rio), foi detido e levado por PMs para a 18ª DP (Praça da Bandeira). Duas estudantes da Uerj que filmaram a ação foram conduzidas à delegacia como testemunhas.

Os agentes da Polícia Civil almoçavam a poucos metros do local no qual o estudante desceu de um carro, colocou nove pneus para bloquear uma das pistas da via e chegou a despejar querosene sobre eles. Nesse momento, quatro policiais atravessaram a rua com armas em punho e impediram que ele ateasse fogo aos pneus.

O carro que deixou o estudante na frente da Uerj não ficou no local após a chegada dos policiais civis, que são da 20ª DP (Vila Isabel) e logo chamaram a PM. Em conversa informal, agentes ironizaram o estudante, que se disse "oprimido" e alvo de preconceito. "Acham que a gente é vagabundo, mas estamos lutando pelo país", declarou.

Centrais sindicais e movimentos sociais organizaram atos em várias cidades do país onde os manifestantes bloquearam vias e incendiaram pneus. Em diversas cidades, trabalhadores aderiram ao Dia Nacional de Greve, marcado para esta sexta (11) e organizado pelas organizações Frente Brasil Popular e Frente Povo Sem Medo, além de sindicatos, movimentos sociais e estudantis. A proposta do governo está em tramitação no Senado. 

A Uerj foi uma das instituições que paralisou a maior parte de suas atividades por 24 horas, para que servidores, alunos e docentes possam participar da manifestação marcada para as 17h, no centro da cidade.