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Mesmo contrariados, estudantes devem desocupar maior colégio do Paraná

Movimentação para reintegração de posse do CEP, na sexta-feira (28) - Janaina Garcia/UOL
Movimentação para reintegração de posse do CEP, na sexta-feira (28) Imagem: Janaina Garcia/UOL

De Curitiba

29/10/2016 11h19

Uma assembleia realizada no Colégio Estadual do Paraná (CEP), na noite de sexta-feira (28), decidiu pela "desocupação da instituição". Integrantes da diretoria fizeram um pronunciamento à imprensa próximo da meia-noite e mostraram a insatisfação com o acordo feito durante a tarde entre governo do Estado, Procuradoria-Geral do Estado, Defensoria Pública e Ministério Público Estadual. Havia uma expectativa sobre a aceitação ou não do acordo por parte do maior colégio do Estado, com mais de cinco mil alunos matriculados.

"Nossa posição em relação à proposta apresentada pelo Ministério Público e Defensoria Pública é que ela não respeita e não compreende a horizontalidade do movimento das ocupações. Em nenhum momento concordamos com o apresentado pelas autoridades presentes, deixando evidente que a decisão não cabe a apenas um representante", informaram.

Segundo os integrantes do movimento, o Ocupa CEP não pode se sobrepor à decisão tomada em relação às outras escolas que serão desocupadas. "Ocupa CEP não tem o protagonismo sobre as outras ocupações. Nos foi imposto um acordo que fere esta característica do movimento. Nos delegaram uma função que ofende o protagonismo das outras escolas da capital paranaense e não podemos concordar em manter a nossa ocupação em detrimento das de nossos companheiros".

A direção da CEP também denuncia a mudança de rumo que a reunião tomou. "Nós fomos atraídos para uma reunião que deveria ser uma discussão de caráter emergencial sobre as reintegrações de posse. Porém, o que houve foi uma coerção do Estado para a desocupação em massa, com a tentativa de centralizar os estudantes no Ocupa CEP e fragilizar o movimento secundarista".

Durante a noite, centenas de pais estiveram em algumas escolas para fazer uma rede de proteção aos alunos que estavam nas ocupações. O Colégio Pedro Macedo era uma dos que mais chamavam a atenção pelo clima tenso que se formou, após o prédio ter sido ameaçado de invasão por integrantes do MBL (Movimento Brasil Livre) na noite de quinta-feira (27).

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