Aleksandr Porfirievitch Borodin Compositor russo
12 de novembro de 1833, São Petersburgo (Rússia)
27 de fevereiro de 1887, São Petersburgo (Rússia)
Aleksandr Porfirievitch Borodin, filho ilegítimo do príncipe Imeretinsky, da Geórgia, dividiu sua vida entre a música e as atividades de professor e pesquisador de química na Academia Médico-Cirúrgica. Como cientista, chegou a ser conhecido internacionalmente, tendo escrito cerca de vinte estudos sobre química orgânica.
Ainda muito jovem iniciou estudos de flauta, piano e violoncelo com professor particular. Depois de formado, conheceu Mussorgsky e passou a dedicar-se com mais intensidade à música.
Em 1862, de volta da viagem de estudos de três anos à Europa ocidental, trava contacto com Balakirev, cuja amizade irá dar novo impulso à sua atividade de compositor.
Considerado por muitos como o mais original compositor do Grupo dos Cinco - composto também por Mussorgsky, Balakirev, Cui e Dargomichki -, Borodin deixou uma obra pequena, mas de importância.
Como a música dos demais membros do grupo, suas composições caracterizam-se pelo deliberado abandono das tradições da música ocidental, na busca de uma linguagem eminentemente russa.
Principais obras
Sua obra mais conhecida é a ópera "Príncipe Igor", com um prólogo e quatro atos. Borodin começou a escrevê-la em 1869. Inúmeras vezes interrompida e recomeçada, ao morrer faltavam-lhe ainda a abertura e a orquestração. Tendo ouvido o autor interpretar a abertura ao piano, o compositor e maestro Aleksandr Konstantínovich Glazunov transcreveu-a de memória, encarregando-se, ainda, juntamente com Rimsky-Korsakov, da orquestração.
"Príncipe Igor" foi representada, pela primeira vez, em 4 de novembro de 1890, na cidade de São Petersburgo, com sucesso. O tom geral é grandioso, com passagens de ternura e bom humor. Destacam-se, dentre as partes da ópera, as danças polovetsianas, freqüentemente executadas em concertos.
Borodin também é conhecido pela "Sinfonia nº 2 em si menor", executada pela primeira vez em 1877, uma das mais belas sinfonias da música russa, e pelo "Quarteto para cordas nº 1 em lá maior", notável peça de música de câmara em que se destaca um noturno.
Dignas de menção são ainda a "Sinfonia nº 1 em mi bemol maior", a "Pequena suíte", oito peças para piano, e o poema sinfônico "As estepes da Ásia Central", dedicado a Lizst, o grande divulgador de sua obra na Europa ocidental.