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Há lugar para determinismo em educação?

Leo Fraiman

28/08/2014 10h40

Não há espaço para verdades absolutas em ciências humanas. Cada um de nós é uma mescla única de elementos biopsicossociais, ou seja, recebemos influências, informações e somamos elementos da nossa genética e do mundo ao nosso redor, o que influencia em características como o humor, a personalidade, o caráter e os interesses.

A separação entre as ciências gerou uma série de conhecimentos específicos e especializações. Na prática, entretanto, mais segregou do que somou saberes. Até hoje ainda há certas ‘batalhas’ entre médicos e psicólogos, por exemplo, para definir quem pode dar um bom diagnóstico de um aluno com dificuldades de aprendizagem.

O mesmo se vê muitas vezes nas relações entre os pais e os educadores. Não é incomum que um jogue ao outro a responsabilidade pela educação das crianças e adolescentes, quando na verdade deveriam se completar em suas atividades educacionais e formativas.

Neste contexto, os erros são percebidos mais facilmente e todos se envolvem em melhorar constantemente os processos. As diferenças se somam, e é formado um ambiente produtivo e sadio em que todos dão o seu melhor por uma causa que é maior do que cada um isoladamente. Isso é o que leva a uma performance duradoura.

Os biólogos explicam que nosso desejo de evoluir se deu graças ao sistema de recompensa do cérebro, que dispara dopamina, o neurotransmissor da felicidade, quando aprendemos algo. Se é verdade que não nascemos com manuais de instrução, hoje, diversos estudos de áreas como neurociências, psicologia e educação, vem convergindo para certas percepções e indicativos que nos permitem entender como viver melhor, como alcançar mais e melhores resultados em nossas vidas, como e por quê obter uma vida feliz e afinal, o que traz sentido para nossas vidas.

Conhecer o prisma pelo qual percebemos o Ser Humano, a vida e as relações do Homem com seus semelhantes e com sua realidade são essenciais, pois é a partir da compreensão de quem somos e como funcionamos que podemos nos aproximar da melhor versão de nós mesmos e trazer vida às nossas escolas.