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Para cultivar o espírito de Natal

Lucila Cano

02/12/2011 16h18

Embora a decoração ainda pareça tímida, já viramos a folhinha do calendário que anuncia um dezembro de correria, de desejos de consumo, de festividades e de promessas para o próximo ano.

Este mês também é tocado por um sentimento de solidariedade mais presente nas ações de voluntariado de um número cada vez maior de pessoas e empresas. O Dia Internacional do Voluntário, comemorado em 5 de dezembro, desde que foi criado pela ONU em 1985, já é um bom motivo para envolver as pessoas com as causas sociais.

A campanha Papai Noel dos Correios, informalmente criada por funcionários dos Correios há 22 anos, só faz crescer. Em 2010, foram recebidas cerca de 1.200.000 cartas para o Papai Noel. Após uma triagem, mais de 500.000 foram adotadas por “padrinhos” e os presentes distribuídos a crianças carentes chegaram perto dos 700.000.

Por isso, os Correios estão convocando “ajudantes” do Papai Noel para lerem e cadastrarem cartas. Essa é uma atividade voluntária e, portanto, não remunerada. Quem quiser colaborar deve fazer contato com a diretoria regional dos Correios do seu estado o quanto antes. A data final da campanha é 19 de dezembro, mas o encerramento ocorrerá antes disso em alguns estados (verifique o calendário e obtenha mais informações no site: www.correios.com.br).

A mesma orientação é válida para quem quiser ser “padrinho”. Acesse o site para saber qual o melhor endereço para retirar uma cartinha e qual a data limite para contribuir com um presente.

Sacolinhas, bazares e artesanato

Muitas empresas e instituições religiosas adotam a ideia das sacolinhas de Natal. Pessoas se mobilizam para comprar brinquedos, roupas e calçados e montam sacolinhas que, depois, são distribuídas em creches, orfanatos e em comunidades mais próximas da sua região.

Os bazares de Natal também se multiplicam nesta época do ano e podem ser uma boa saída para a aquisição de presentes a preços acessíveis e com renda revertida para projetos sociais.

Há ainda quem prefira colocar o seu talento em prática por uma boa causa, doando um pouco de si para alegrar e confortar crianças, idosos e doentes.

A solidariedade do artista plástico Marcelo Darghan se expressa através do que ele tem de melhor: a sua arte. Ele ministra cursos de artesanato desde 1989 e há anos ajuda o próximo com uma aula gratuita de artesanato no Parque Ibirapuera, em São Paulo (SP).

Cerca de 5.000 pessoas comparecem para um curso de Natal durante uma tarde animada, na qual aprendem a fazer uma peça de artesanato. Os interessados precisam se inscrever com antecedência e o ingresso deste ano, em benefício do Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (GRAACC), é um item de higiene pessoal. O 3 de dezembro foi a data escolhida para a mega aula de 2011.

Exemplo é o que não falta

O Brasil é um dos países mais ativos do mundo em torno do voluntariado. Por isso, sempre há uma boa forma para cultivar o espírito do Natal e fazer da solidariedade um instrumento de paz, respeito e dignidade para vencer preconceitos e eliminar conflitos.

Muitas entidades precisam de bens materiais para dar continuidade aos serviços que prestam. Uma delas pode estar no seu bairro. Outras podem necessitar do seu trabalho, ou do seu talento para, por exemplo, organizar uma festa.

Para quem quiser colocar a solidariedade em prática, exemplo é o que não falta. Ao contribuir com dinheiro ou bens materiais, selecione uma instituição que realiza um trabalho no qual você acredita e cuja atividade você possa acompanhar. Quanto mais você participar do dia a dia dessa instituição, terá melhores oportunidades de ajudar, não só no Natal, mas também em outros momentos do ano.

O seu talento pode ser exercitado em múltiplas ações voluntárias. Ajudar o Papai Noel a ler as cartinhas endereçadas aos Correios é apenas uma delas. Forme um grupo de voluntários entre os colegas no trabalho ou na escola. Reúna os vizinhos, os amigos e os parentes para concretizar uma ideia. Os resultados surpreendem e são gratificantes.

* Homenagem a Engel Paschoal (7/11/1945 a 31/3/2010), jornalista e escritor, criador desta coluna.