Paradoxo - Zenão e os argumento lógicos que levam a conclusão falsa
O que é um paradoxo? À primeira vista, o paradoxo é uma contradição. Observe a frase: "Ernesto adora estudar, mas detesta ler." Os dois fatos declarados neste enunciado ("Ernesto adora estudar." e "Ele detesta ler.") são contraditórios entre si. Afinal, é necessário ler para se poder estudar.
Não só na linguagem comum, mas também na lógica, que é um campo da filosofia, o paradoxo é um raciocínio que encerra uma oposição.
Aquiles e a tartaruga
Um dos mais célebres paradoxos da história da filosofia é aquele que conta a história do herói grego Aquiles e da tartaruga. Conta-se que Aquiles, disputando uma corrida com uma tartaruga, num ímpeto de generosidade, resolveu dar a ela uma pequena vantagem, deixando que o bicho partisse alguns centímetros à sua frente.
Segundo o filósofo grego Zenão, por mais rápido que Aquiles se movesse, ele jamais conseguiria ultrapassar a tartaruga. O paradoxo formulado por Zenão é o seguinte: cada vez que Aquiles percorre determinada distância num espaço de tempo, a tartaruga já percorreu uma outra distância.
Se Aquiles se movimentar mais um tanto para alcançar a tartaruga, terá que se defrontar com o fato de que a tartaruga já terá percorrido mais um tanto, por menor seja. Esse fato se repetirá indefinidamente. Por mais que Aquiles corra, sempre haverá um espaço a separá-lo da tartaruga.
As conclusões de Zenão contrariam o senso comum, que aponta para uma vitória esmagadora de Aquiles, é claro. Mas o que Zenão estava fazendo era demonstrar que o movimento dos objetos é um fenômeno irreal e contraditório, consistindo sempre em mera ilusão dos sentidos.
Formulando essas demonstrações a respeito do movimento, Zenão estava ajudando seu amigo, o filósofo Parmênides, a desenvolver suas demonstrações das leis do movimento.
Como Zenão era engenhoso e tinha grande imaginação, seu paradoxo ficou conhecido até hoje. Zenão nasceu viveu no século 5 a.C. e suas teorias podem ser conhecidas por meio do diálogo de Platão chamado "Parmênides".
Impossibilidade do movimento
Além do paradoxo de Aquiles e da tartaruga, são atribuídos a Zenão também outros paradoxos, como o paradoxo da flecha imóvel. Esse paradoxo também tenta provar a impossibilidade do movimento. Zenão afirmou que uma flecha, ao ser lançada, jamais atinge seu alvo. O espaço a ser percorrido em sua trajetória pode ser infinitamente divisível em segmentos menores, o que implica um translado infinito e inesgotável da flecha.
Não podemos esquecer que esse argumento é um argumento abstrato e puramente lógico. As flechas, ao que sabemos, continuam atingindo seus alvos. Se a pontaria for boa, é claro.
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