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Hemisférios - Entenda as coordenadas geográficas

Cláudio Mendonça

O mapa é uma forma de representação da realidade. É um suporte de informações sobre os elementos naturais e humanos existentes no espaço: área ocupada, posição, distribuição, etc.

A interpretação de um mapa depende do conhecimento dos códigos básicos utilizados pela linguagem cartográfica e alguns processos de sua elaboração: a escala, os sistemas de projeção, as convenções, o sistema de localização, etc. Este texto destacará o sistema de localização baseado nas coordenadas geográficas, definidas pelas latitudes e longitudes.

O sistema de coordenadas, utilizado até hoje, foi pensado pela primeira vez na Antigüidade por Eratóstenes (século 3 a.C.), que dividiu a superfície da Terra, em meridianos e paralelos e, posteriormente, por Hiparco (século 2 a.C.) que traçou, sobre um globo, uma rede de meridianos, cujas medidas cobriam os 360º da circunferência do planeta. Cláudio Ptolomeu (século 2 da era cristã), na sua obra "Geografia", construiu mapas do mundo conhecido, através de relatos e registros de viajantes e indicou a localização dos lugares mais importantes com as linhas de latitude e longitude.

Apesar das imprecisões da localização desses lugares nos mapas de Ptolomeu, esse sistema de coordenadas cartesianas tornou-se parâmetro universal para a determinação da localização em mapas que representavam grandes extensões do espaço terrestre.

Os paralelos e meridianos

A localização no espaço geográfico é estabelecida por um sistema de coordenadas formadas por linhas imaginárias: os meridianos, formados por linhas traçadas que ligam o pólo geográfico norte ao pólo geográfico sul, e os paralelos formados por qualquer circunferência paralela à linha do equador.

O paralelo principal, a linha do equador, foi traçado a igual distância dos pólos e divide a Terra horizontalmente em duas partes iguais: o hemisfério Norte, também chamado setentrional ou boreal, e o hemisfério Sul, também chamado meridional ou austral.

Os meridianos são todas as linhas traçadas num mapa no sentido perpendicular ao Equador, de um pólo a outro. Nenhum meridiano delimita a Terra em duas partes iguais, pois não circundam totalmente a esfera terrestre. No entanto, ao ligar um meridiano com o seu oposto, ou antimeridiano, é possível a delimitação da Terra em duas metades iguais.

O estabelecimento da linha do equador como paralelo inicial foi fácil de ser concebida, por ser o maior e ocupar a posição central da Terra em relação às regiões polares. Porém, os meridianos têm o mesmo tamanho e não contornam toda a terra (formam uma semicircunferência) e, neste sentido, nenhum se qualifica como principal.

Somente em 1884 ficou estabelecido, por convenção internacional, que o meridiano de referência ou principal, seria o que passava pelo antigo observatório de Greenwich, próximo à cidade de Londres: o meridiano de Greenwich. Este meridiano e o seu antimeridiano dividem a esfera terrestre em dois hemisférios: leste ou oriental e oeste ou ocidental.

Latitude

A distância angular de qualquer ponto da superfície terrestre em relação à linha do equador, cujo vértice é o centro da Terra, recebe o nome de latitude e é indicada em graus.

A latitude do Equador é 0°. Nos hemisférios Norte e Sul têm-se, respectivamente, latitudes norte (N) e sul (S), cujas medidas atingem até 90° nos pólos. Todos os pontos localizados num mesmo paralelo têm a mesma latitude.

Zonas climáticas da Terra

Além do Equador, outros quatro paralelos recebem denominações específicas:

  • O Trópico de Câncer (23º 30' N) e o Trópico de Capricórnio (23º 30'S), têm importância fundamental, pois são os limites máximos em que a radiação solar consegue atingir perpendicularmente a Terra.

  • O Círculo Polar Ártico (66° 33' N) e o Círculo Polar Antártico (66° 33' S) são linhas que delimitam a iluminação total em torno dos pólos a partir do no início do verão, em que o Sol pode ficar visível no horizonte durante seis meses. Este fenômeno é conhecido por "Sol da meia-noite" ou grande dia polar.

    Essa variação na distribuição dos raios solares delimitadas por esses quatro paralelos formam as zonas climáticas ou térmicas do globo terrestre. Observe a figura:

    A longitude

    A longitude é a distância em graus, de qualquer ponto da superfície terrestre em relação ao meridiano de Greenwich (0º). A longitude varia de O a 180 graus, nos hemisférios leste e oeste, sendo que o meridiano 180° é o antimeridiano de Greenwich e, portanto, o limite entre os dois hemisférios.

    A medição exata da longitude constituiu um desafio para a ciência até pelo menos o século 18 e um grande problema para a navegação a longa distância, que se tornou freqüente desde o século 16. O governo britânico chegou a estipular um prêmio em 1714, para a descoberta de um instrumento que pudesse determinar as longitudes com maior precisão.

    As coordenadas geográficas
    Através da latitude e da longitude, é possível a localização de qualquer ponto na superfície terrestre, por isso são conhecidas como coordenadas geográficas. Observe o globo.

    As coordenadas geográficas das localidades assinaladas no Globo são:

    LOCALIDADELATITUDELONGITUDEA60º N30º LB40º N80º OC10º S60ºOD20º S60º LE20º N0º

    Atualmente com o GPS, Global Positioning System (Sistema de Posicionamento Global), um simples aparelho portátil do tamanho de um telefone celular qualquer pessoa pode determinar as coordenadas, com margem de erro de no máximo 10 m, do local onde está posicionada.

    O sistema é apoiado por 24 satélites que refletem os sinais de rádio para o local onde o aparelho está em operação. O satélite envia ao GPS dados sobre a localização de qualquer lugar, através de coordenadas geográficas. Além das coordenadas o aparelho pode indicar a velocidade, tempo de deslocamento, distância em relação a qualquer outro ponto de referência da Terra e ainda memorizar o percurso realizado e orientar o retorno.