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Transporte ferroviário - Por que não deu certo no Brasil?

Luiz Carlos Parejo

Na década de 1950 o Brasil optou pelo sistema rodoviário como forma de alavancar o seu desenvolvimento econômico, já que a produção e venda de automóveis dinamizavam a economia gerando maior volume de empregos e expandindo a produção industrial.

A redução drástica dos investimentos no setor ferroviário levou ao seu sucateamento, principalmente as ferrovias administradas pela RFFSA (Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima) - que havia sido criada em 1957 - e pela Fepasa (Ferrovia Paulista S.A.).

Na década de 1980 não se conseguia pagar as dívidas contraídas nem investir na manutenção do sistema já existente e não se investia na expansão do sistema. A partir da década de 1950 a solução foi fechar os ramais pouco lucrativos e desestruturar a malha. Com isso, a rede ferroviária que na época contava com 37 mil km de trilhos possui hoje cerca de 29 mil km.

Em 1984 foi criada a CBTU (Companhia Brasileira de Transporte Urbano) que assumiu a administração da malha urbana que antes era administrada pela RFFSA e era a mais deficitária.

Nos anos 90 se inicia a desestatização do setor e as malhas da RFFSA foram privatizadas na seguinte ordem:

A desestatização das malhas da RFFSA

Malhas RegionaisData do LeilãoConcessionáriasInício da OperaçãoExtensão (Km)
Oeste05.03.1996Ferrovia Novoeste S.A.01.07.19961.621
Centro-Leste14.06.1996Ferrovia Centro-Atlântica S.A.01.09.19967.080
Sudeste20.09.1996MRS Logística S.A.01.12.19961.674
Tereza Cristina22.11.1996Ferrovia Tereza Cristina S.A.01.02.1997164
Nordeste18.07.1997Cia. Ferroviária do Nordeste01.01.19984.534
Sul13.12.1998Ferrovia Sul-Atlântico S.A. – atualmente – ALL-América Latina Logística S/A01.03.19976.586
Paulista10.11.1998Ferrovias Bandeirantes S.A01.01.19994.236
Total   25.895

 

Ao realizar as privatizações o governo pretendia aumentar os investimentos no setor, reduzir os preços dos fretes e reduzir os gastos do governo nesta área.

 

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