Segunda Guerra Púnica - Reação romana - A derrota de Cartago

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Logo após a batalha de Cannae, os cartagineses se dirigiram a Roma para negociar a paz. Mas o Senado romano não aceitou qualquer forma de negociação e deu início a uma nova mobilização de soldados: escravos (nunca antes convocados) e povos italianos que se mantiveram fiéis a Roma ajudaram a formar as novas legiões.

Um novo exército romano surgia. Convertido aos poucos em uma força profissional, não eram mais os cônsules os responsáveis pela guerra, mas, sim, militares experientes, que passaram a dar mais valor às estratégias do que ao enfrentamento puro e simples.

Roma avança

A partir de 215 a.C. os romanos passaram a atacar as cidades italianas que tinham se aliado a Cartago, confiscando riquezas para a reorganização do exército. Em muitas delas, como forma de punição, toda a população foi aniquilada.

Fora da Itália, os romanos lutaram para não deixar chegar reforços nem suprimentos para Aníbal. Na Grécia, formaram uma aliança para fazer guerra contra a Macedônia; e, na Sicília, iniciaram o ataque a Siracusa - ambas aliadas de Cartago.

Ao mesmo tempo, os romanos reforçaram suas tropas na Hispânia, a fim de enfraquecer os cartagineses. O general romano Públio Cornélio Cipião (filho do general de mesmo nome que tentou deter os cartagineses em 218 a.C.) tomou Nova Cartago em 209 a.C.

Asdrúbal Barca, irmão de Aníbal, partiu da Hispânia em direção a Itália, para se juntar às tropas de Aníbal, mas acabou sendo morto na batalha de Metauro (207 a.C.).

Em 208 a.C. a Macedônia foi vencida - e em 207 a.C. os romanos já eram senhores da Hispânia e da Sicília, ficando Aníbal somente com o controle do sul da Itália. Então, os romanos passaram a ter como alvo o norte da África.

Invasão da África

O general Públio Cornélio Cipião se aliou ao o rei númida Massinissa e os romanos desembarcaram no litoral africano em 204 a.C., iniciando a destruição de regiões que abasteciam a cidade de Cartago, o que levou o governo cartaginês a ordenar o retorno de Aníbal para a África.

Em 203 a.C. Aníbal e Cipião se encontraram para tentar negociar a paz: Cipião queria a rendição incondicional dos cartagineses, o que Aníbal não aceitou. Assim, os dois generais começaram a organizar suas tropas para a batalha que seria a última da 2ª Guerra Púnica.

Batalha de Zama

Aníbal marchou com seus homens em direção ao sul de Cartago, onde se encontravam as legiões de Cipião, o Africano (nome que o general recebeu após a vitória sobre os cartagineses). A batalha foi travada no dia 19 de outubro de 202 a.C., numa região próxima à cidade de Zama.

Os romanos contavam com, aproximadamente, 34 mil homens na infantaria e 8.700 na cavalaria, entre romanos, italianos e númidas (os melhores cavaleiros da época, que haviam passado para o lado dos romanos). Quanto aos cartagineses, tinham 37 mil homens na infantaria e 3 mil na cavalaria, provenientes de diversas regiões, e 80 elefantes.

Aníbal posicionou seus elefantes à frente das tropas, esperando que o avanço dos elefantes causasse pavor na linha de frente dos romanos, mas os romanos começaram a fazer muito barulho: trombetas, gritaria e batidas nos próprios escudos. Os animais, assustados e fora de controle, estouraram em direção às próprias tropas cartaginesas.

A desorganização dos cartagineses permitiu que a cavalaria romana avançasse. Depois de perseguir os soldados cartagineses que se puseram em fuga, os romanos cercaram as tropas de Aníbal. O general cartaginês foi vencido, em sua própria pátria, depois de 16 anos de guerra.

Apesar de a cidade de Cartago não ter sido invadida, os cartagineses tiveram que se render. O tratado de paz imposto pelos romanos foi duro: a esquadra cartaginesa deveria ser destruída; Cartago não poderia mais declarar guerra sem o consentimento romano; deveria também sustentar o exército invasor até sua retirada; e, finalmente, teria de pagar uma alta indenização.

Aníbal, por questões políticas, acabou se exilando no Oriente.

Conta-se que, anos depois, os dois grandes generais da batalha de Zama se encontraram, e que Cipião teria perguntado a Aníbal qual seria o maior general de todos os tempos. Aníbal teria respondido que era Alexandre, o Grande, da Macedônia. Em segundo lugar, Pirro, do Épiro; e, em terceiro, ele próprio. Cipião teria perguntado: "Em que posição você se colocaria se tivesse me vencido?". E Aníbal teria respondido: "Seria melhor que Alexandre".