Reunião de professores com governo de SP termina em impasse; greve continua
A reunião de professores com representantes do governo do Estado, nesta sexta-feira (26), acabou em impasse. A assembleia de docentes decidiu que a paralisação está mantida pelo menos até a próxima quinta-feira (30). A greve por aumento salarial teve início no dia 8 de março.
Maria Izabel Noronha, presidente da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), foi recebida, junto com outros sindicalistas, pelo secretário adjunto da Educação, Guilherme Bueno e pelo secretário ajunto da Casa Civil, Humberto Rodrigues.
Segundo ela, não houve negociação, pois o governo exigiu o fim da greve para a abertura de diálogo. "Propuseram o fim da greve, mas esta decisão não é nossa [da comissão que foi ao Palácio]. Acho que a greve vai ser longa", estimou.
O governo do Estado se manifestou por meio de nota da Secretaria de Estado da Educação. No documento, a pasta lamenta "a violência e a truculência dos sindicalistas". Leia a íntegra:
"Uma comissão de sindicalistas foi recebida por representantes da Secretaria da Educação e da Casa Civil no Palácio dos Bandeirantes. O governo informou que só aceita conversar sobre salários após o fim da greve. A Secretaria da Educação também informou que não vai mudar nenhum dos programas que são combatidos pelo sindicato, como o Programa de Valorização pelo Mérito, que dá aumento de 25% de acordo com o resultado de uma prova; a lei que acabou com a possibilidade de faltar dia sim, dia não; e a criação da Escola Paulista de Professores, com a abertura de concurso para dez mil novas vagas. São esses programas que estão permitindo melhorar a educação de São Paulo, com o Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado tendo melhorado 9,4% em 2009 em relação a 2008. Ainda nesta semana o governo pagou R$ 655 milhões em Bônus por Resultado para 210 mil profissionais da educação.
A Secretaria informa, ainda, que o movimento da Apeoesp afeta apenas 1% das escolas. O sindicato convocou a greve sem que tivesse tentado nenhuma negociação com a Secretaria da Educação, o que evidencia sua finalidade política. O movimento contesta, também, leis aprovadas na Assembleia Legislativa após amplo debate, o que indica mais uma vez o seu desprezo pelas regras da democracia.
A Secretaria da Educação lamenta a truculência e a violência dos sindicalistas, que nesta semana fizeram baderna até mesmo dentro de um hospital. A Secretaria considera que a violência é uma tentativa do sindicato de criar um fato político, já que a rede de 5.000 escolas estaduais funciona normalmente."
O que diz a Apeoesp
A Apeoesp, que é ligada à CUT (Central Única dos Trabalhadores), informa, por meio de Maria Isabel, que a greve não é partidária. Ela diz que o protesto é motivado pela baixa remuneração - constatada observando o "bolso do professor".
A sindicalista responsabilizou o governo do Estado pelo embate entre manifestantes e PMs. "Se não tivesse polícia, não teria confronto. Lamento que o governo tenha feito barricada com policiais."
A próxima assembleia de docentes está marcada para o dia 31 de março.
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