Novo curso da FIA é "laboratório", diz coordenador
A graduação de administração da FIA (Fundação Instituto de Administração), fundação criada por professores da FEA-USP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP), não é uma "ameaça" aos alunos da universidade, mas sim um "laboratório", diz James Wright, coordenador de MBA internacional da FIA e diretor educacional quando a graduação foi implantada.
O novo curso, que iniciou neste ano, tem mensalidades de R$ 1.970 e 25 alunos, seria um "laboratório para desenvolver novos materiais e recursos para os cursos da FEA, assim como foi feito na pós-graduação", explica o professor, em resposta a estudantes da graduação de administração da USP. Eles teriam questionado o fato do curso ter uma grade melhor e mais moderna do que a da FEA, com disciplinas em inglês e parte do curso em período integral, por exemplo.
O professor explica que, uma vez que o ritmo de mudança numa organização pública é menor, é mais fácil e rápido testar inovações na rede privada. "Vejo uma oportunidade de benefícios muito grande para a FEA, mas ela pode abrir mão disso, já que são duas entidades independentes", diz.
Em comunicado à FEA-USP, a fundação assegura que o apoio à faculdade irá continuar e cogita a possibilidade de haver, caso a FEA aceite, intercâmbio e reconhecimento de créditos entre as duas instituições, de forma que alunos da USP possam assistir aulas na FIA e vice-versa.
Fundação
Criada em 1980 por professores da FEA-USP, a FIA desenvolve projetos de pesquisa, consultoria e cursos de extensão, pós-graduação e, desde 1993, cursos de MBA e não possui vínculo com a USP. Inicialmente, estava instalada dentro da USP, em prédios da FEA-USP, que recebia aluguel e infraestrutura da fundação - "auditórios, ar condicionado em todas as salas de aula, audiovisual, banco de dados, biblioteca de 1o. mundo", segundo o professor - diferente de boa parte das unidades da USP.
Após pressão de "grupos de pressão atuando na USP", diz Wright, em 2003 a FIA teve que sair da FEA-USP. O presidente da Adusp (Associação dos Docentes da Universidade de São Paulo), professor João Zanetic, porém, apresenta versão diversa: para ele, após conseguir obter o status de "Instituição especialmente credenciada ao MEC" - documento que permitia à fundação oferecer cursos sem estar vinculada a nenhuma universidade -, a FIA saiu da USP porque quis, após ingressar na "mina de ouro" dos MBAs.
Depois de sair da Cidade Universitária, a fundação passou a atuar em quatro prédios: uma sede (no Butantã); duas unidades educacionais (nos bairros de Pinheiros e Vila Olímpia); e uma unidade técnica.
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