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Greve na UFPR continua, mas reitoria mantém calendário do vestibular

Dimitri do Valle<br>Especial para o UOL Educação

Em Curitiba

23/08/2011 09h54Atualizada em 23/08/2011 10h52

Os professores da UFPR (Universidade Federal do Paraná) entram hoje no quinto dia de greve. Mas, até o momento, o calendário do vestibular está mantido. Ao justificar a decisão, o reitor da UFPR, Zaki Akel Sobrinho, disse ao UOL Educação esperar que as negociações com a categoria sejam concluídas até o período programado para as provas.

As inscrições no vestibular vão até 19 de setembro e as duas fases das provas estão previstas para 13 de novembro e os dias 11 e 12 de dezembro. Uma comissão com representantes da reitoria foi criada para negociar com os professores. A universidade está sem aula, pois o reinício das atividades após as férias de julho foi adiado. 

O integrante do comando local de greve e presidente da Associação dos Professores da UFPR, Luis Allan, afirmou à reportagem que a deflagração do movimento foi a única saída após um ano de conversações sem avanço.

Além da questão salarial, que é tratada junto aos ministérios do Planejamento e Educação, Allan diz que a categoria tem uma pauta local de reivindicações, que até o momento não foi atendida.

Segundo Allan, os professores querem flexibilizar a progressão na carreira dentro da universidade. "Ela é muito rígida, burocrática", afirmou. Outra reclamação é sobre o excesso de aulas e tamanho de turmas, "o que evidencia uma precariedade nas condições de trabalho". Os docentes pedem um limite de alunos por turma, além de estipular uma carga horária definida para trabalhar. 

Professores que investem na pesquisa científica também devem ter valorização salarial diferenciada, já que de acordo com Allan, ajudam no desenvolvimento do país.

O reitor Akel Sobrinho disse que as reivindicações não são novas e vinham sendo alvo de entendimento ao longo da sua gestão. 

Mais greve
 

Outra categoria em greve na UFPR é a de servidores técnicos-administrativos. Eles pararam no final da segunda quinzena de junho. Os alunos que precisam dos três restaurantes universitários, que vende refeições a pouco mais de R$ 1 (além de fornecer almoço gratuito para mais de 1.000 alunos da instituição) estão sem funcionar desde o começo da paralisação.

A previsão da reitoria era reativar ainda esta semana pelo menos um dos restaurantes, no Centro Politécnico, com a transferência de funcionários terceirizados para tocar o estabelecimento.

Categoria e representantes da reitoria se reúnem em assembleia na manhã desta terça-feira (23) para discutir o fim da paralisação. Os servidores apresentaram uma pauta estadual em que defendem a contratação de novos profissionais, além de uma definição dos funcionários temporários que atuam no Hospital de Clínicas da UFPR. A pauta nacional segue pedindo aumento do salário mínimo da categoria de 1,8 salário para três salários e reajuste de 5% a cada dois anos de serviço completado.