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Professor reprova alunos de filosofia da USP por faltas durante a greve

Da Redação

Em São Paulo

16/12/2011 17h42Atualizada em 16/12/2011 17h52

Alunos de filosofia da USP (Universidade de São Paulo) foram reprovados na disciplina de História da Filosofia Contemporânea 2 por não atingirem a frequência mínima de 70% nas aulas, devido à greve iniciada após a reintegração de posse do prédio da reitoria da instituição. O professor Carlos Alberto Ribeiro de Moura, que reprovou os alunos, diz que "apenas cumpriu o regimento interno".

Segundo o professor, cerca de 60 alunos faziam a matéria, que é optativa. Desses, 42 entregaram trabalhos pedidos durante a greve, mas todos foram reprovados, pois a paralisação começou antes do mínimo de frequência ser atingido.

"É como se fosse possível ter greve e presença ao mesmo tempo. Nesse caso, ou a greve foi de mentirinha ou a lista de presença é de mentirinha. Eu não tenho nenhum juízo sobre a greve, não é minha função. Mas, eu não emito um documento público falso", afirmou o docente. "Eu não decidi nada, eu simplesmente constato o número de frequência e informo ao sistema. É automático, o sistema reprova por faltas", completou.

Ricardo P., integrante do CA (Centro Acadêmico) de Filosofia da USP, disse que os estudantes vão tentar reverter a situação de alguma forma. "Nos já estamos em contato com o chefe do Departamento de Filosofia para tentar conversar com o professor e remediar a situação. Estamos tentando reunir todos os alunos para ver como vamos agir, vamos tentar fazer essa ponte de comunicação. Se não conseguirmos falar com o professor, vamos entrar com um requerimento para revisão da frequência que cai na mão do docente novamente. Queremos tentar resolver sem apelar para a burocracia que demora muito mais", disse.

A assessoria de imprensa da USP informou que a atitude do professor está dentro das regras, pois se o aluno não corresponde a porcentagem mínima de frequência, ele pode ser reprovado. "Se fosse uma greve de professores a pró-reitoria iria interferir e marcar um calendário de reposição. Como foi uma paralisação de alunos, tem que ser tratada no âmbito da faculdade" afirmou o órgão.