Ouvi muito "não" até conseguir matricular meu filho, conta mãe de menino autista
A escola deveria ser direito de todos, seja de crianças e adolescentes em situação de inclusão ou não, segundo a LDB (Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional). Contudo, Patrícia Rodrigues de Campos Rocha, 33, mãe do Guilherme, 7, diagnosticado com autismo, conta que ouviu muito “não” até conseguir matricular o filho em uma escola de ensino regular.
Patrícia conta que escutou "diversas desculpas”: “não estamos preparados para recebê-lo”’, "aqui tem muitas escadas e pode ser perigoso", "ele usa cadeira de rodas?", "só podemos aceitá-lo se você pagar uma profissional para cuidar dele por fora”.
Guilherme estudou na creche pré-escola Oeste da USP e agora cursa o 1° ano do Ensino Fundamental no Centro de Ensino São José.
Segundo Marie Claire Sekkel, do Instituto de Psicologia da USP, autora de um pesquisa sobre inclusão, após as crianças passarem por essa experiência, elas não reproduzem, apenas, o discurso politicamente correto, elas se diferenciam na formação e no modo como agem no mundo. "Não achar que é só porque a criança tem deficiência que ela vai dar mais trabalho em sala de aula.”, fala.
“O que eu reconheço como fundamental, hoje, é a disponibilidade das pessoas em poder pensar diferente, em poder fazer diferente, em se ver diante dos pequenos desafios da vida e encontrar novos caminhos usando os recursos que elas têm”, diz Prislaine Krodi, psicóloga da Creche Pré-Escola Oeste da USP (Universidade de São Paulo), um estabelecimento modelo de inclusão.
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