Estudantes da PUC-SP decidem manter greve e desocupar reitoria da instituição

Os estudantes da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), que ocuparam a reitoria da instituição e decretaram greve geral de alunos na noite de ontem (13), afirmaram em nota divulgada nesta quarta-feira (14) que decidiram manter a paralisação até a "retirada da nomeação da [professora] Anna Cintra e a homologação do resultado das eleições", na qual o atual reitor, Dirceu de Mello, recebeu mais votos. Eles também sairão da reitoria.

O protesto dos estudantes começou após a escolha da candidata menos votada em uma lista tríplice para a reitoria da instituição. A votação é feita entre alunos, professores e funcionários, mas quem tem a palavra final é o cardeal Dom Odilo Scherer, grão-chanceler da instituição e presidente do Conselho Superior da Fundação São Paulo, órgão que administra a PUC-SP.

Os alunos ainda decidiram, em assembleia, que sairão da reitoria na noite desta quarta, ao entregá-la de foma simbólica a Mello. Além disso, ficou decidida a "suspensão do calendário acadêmico" até o final da greve e a realização de uma audiência pública no dia 21, com estudantes, professores e funcionários. Scherer, segundo os estudantes, será convidado para a reunião.

Posse

“A comunidade da PUC-SP não aceita, em hipótese alguma, o empossamento da candidata nomeada pelo cardeal. Em razão disso, exigimos a posse imediata do candidato mais votado, neste caso Dirceu de Mello [atual reitor da instituição]”, afirmaram os alunos na manhã desta quarta, por meio de outra nota. Eles também pedem esclarecimentos públicos do cardeal sobre os motivos que “o levaram a escolher a candidata menos votada”.

Segundo os estudantes, essa “é a primeira vez em que não é nomeado o candidato mais votado pela comunidade”. Ainda de acordo com os alunos, “a candidata nomeada, Anna Maria Cintra, representa todos os interesses da Fundação São Paulo, sendo, portanto, sua nomeação, uma evidente arbitrariedade direcionada unicamente para atender as finalidades obscuras da Fundação”.