Menino de 5 anos fratura perna na escola; professora teria dado puxão
Um garoto de cinco anos fraturou a perna dentro da sala de aula, na Escola Municipal Rosalina Araújo Costa, no Barreto, em Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro. Há relatos de que sua professora teria dado um puxão nele, que ficou preso na carteira em que se sentava. De acordo com a Secretaria de Saúde de Niterói, ele teve fratura em dois pontos da tíbia. O caso ocorreu na última sexta-feira (12).
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Segundo relato do próprio menino à mãe, a dona de casa Liliane da Silva Santos, 34, a docente o arrastou com força pelo braço e sua perna esquerda ficou presa entre a mesa e a cadeira, depois que ele se negou a sentar no chão com os outros colegas porque queria terminar o desenho que estava fazendo. "Eu estou revoltada com o que aconteceu", declarou Liliane.
Expedita Alexandra, a professora do menino, foi afastada pela Fundação Municipal de Educação de Niterói (FME), órgão executor da gestão educacional no município, que abriu processo administrativo disciplinar para apurar o ocorrido. O incidente também virou caso de polícia. A mãe prestou queixa contra a educadora. Segundo os pais, a médica que o atendeu previu 40 dias em casa, com a perna engessada e sem ir para a escola.
Em reunião na tarde desta quarta-feira (17), representantes do colégio e da FME se comprometeram com a mãe do aluno a enviar uma pedagoga para dar aulas e fazer trabalhos em casa, enquanto ele não tiver condições de ir para o colégio. "Dessa forma, ele pelo menos não fica totalmente afastado da escola", ponderou a mãe.
Além disso, a fundação disponibilizou um veículo para levar o outro filho de Liliane, de 7 anos, para o colégio, já que ela vai ficar em casa cuidando do mais novo. A mulher, que está desempregada há dois anos, não levou o filho mais velho para o colégio desde o incidente da última sexta.
Como aconteceu
Liliane conta que soube do ocorrido por volta das 17h da sexta-feira (12), horário em que geralmente busca os dois filhos na escola. Eles estudam no período vespertino, das 13h às 16h50. "Quando cheguei na porta da escola vi meu filho mais novo sentado em uma cadeira, chorando. A perna dele estava muito inchada, o pé já estava ficando roxo", lembra a dona de casa.
"A própria professora veio falar comigo e disse que, cerca de 20 minutos antes, ele estava isolado dos colegas, desenhando, e ela pediu duas vezes que ele se juntasse aos outros. Ela falou que tirou meu filho da cadeira porque ele a desobedeceu e ele se machucou", conta Liliane.
Segundo a mãe do garoto, ele contou que reclamou de dor depois que a professora o puxou, mas ela o ignorou. "Ele contou que ela ficou falando que ele estava de manha, de pirraça, e mandou ele sentar no chão com os outros. Ele foi pulando de um pé só e caiu sobre a perna machucada", relata.
A pedidos da mãe, funcionários da escola chamaram o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e uma ambulância levou o garoto para o Hospital Municipal Mário Monteiro, no bairro de Piratininga. A professora acompanhou a mãe. O pai do garoto chegou em seguida.
Depois que fizeram o exame de raio-x e constataram as fraturas e a necessidade de internar o menino, a professora ofereceu à família pagar pelas despesas do tratamento em uma unidade particular, no Centro Hospitalar São Lucas, no bairro de Icaraí. "Quando chegamos lá para pagar, ela disse que o talão de cheques dela tinha acabado e que a máquina de cartão de débito estava com defeito", recorda a mãe.
O menino então teve que regressar com os pais para o Hospital Mário Monteiro. A professora se despediu na saída do São Lucas e desde então não entrou em contato com a família. O garoto ficou internado até sábado (13).
Outro lado
Revoltados com a agressão da professora, os pais da criança saíram do hospital e foram diretamente para a 78ª Delegacia Policial, no bairro de Fonseca. "Eu tive muito ódio do que ela fez com o meu filho", afirma Liliane.
Segundo informou em nota oficial a Polícia Civil do Rio de Janeiro, a vítima foi encaminhada para realizar exame de corpo de delito. "O caso está sendo investigado e o delegado espera ouvir as testemunhas para esclarecer a dinâmica dos acontecimentos", explica a nota.
Também em nota oficial, a FME lamentou o ocorrido e informou que abriu processo administrativo disciplinar para realizar a apuração do caso. Segundo o presidente José Henrique Antunes, o aluno está recebendo "toda a atenção da fundação através do setor de Pedagogia Hospitalar".
Ainda de acordo com a fundação, a professora afastada receberá acompanhamento do departamento de Gestão de Pessoas do órgão.
Segundo a mãe do garoto agredido, esta não foi o primeiro incidente envolvendo a professora Expedita.
A professora foi procurada pela reportagem, mediante a FME, que se limitou a reforçar que "ela está afastada".
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