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Sobre gás inflamável, campus da USP Leste tem extintores que não funcionam

Marcelle Souza

Do UOL, em São Paulo

21/03/2014 16h04

Uma vistoria do Corpo de Bombeiros aponta que a USP Leste não tem um sistema adequado de combate a incêndios. É o que diz o laudo expedido em 17 de março pelos Bombeiros e obtido com exclusividade pelo UOL Educação

De acordo com os Bombeiros, os equipamentos que deveriam ser usados em caso de incêndio não funcionam ou não foram instalados. A vistoria foi realizada em 4 de fevereiro.

O campus foi inaugurado em 2005 e está interditado desde janeiro porque tem metano no subsolo, um gás inflamável. Por causa disso, as aulas, que deveriam começar no dia 17 de fevereiro, terão início na segunda (24) em outros endereços provisórios.

Segundo o documento, alguns extintores estavam descarregados e guardados em um depósito, “deixando desta forma áreas da edificação sem a devida cobertura”. Outros equipamentos não estavam instalados corretamente e faltava sinalização dos materiais de proteção e de combate a incêndio.

Além disso, os bombeiros não conseguiram realizar testes na iluminação de emergência, porque parte dos equipamentos não foi instalada. Também não foi possível realizar testes no sistema de hidrantes, já que a bomba que alimenta os equipamentos com água não estava funcionando.

Por essas razões, o laudo conclui que “a edificação encontra-se irregular”.

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Metano no solo

“Quando se fala em metano ou biogás, o principal risco é de incêndio e explosão”, afirmou o professor Carlos Mendonça, do IAG-USP (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas), em reportagem publicada pelo UOL em fevereiro.

Em agosto do ano passado, a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) autuou a USP por descumprir exigências da Cetesb para acabar com a contaminação do solo. Em outubro, a companhia multou a USP em R$ 96.869,35 por não ter solucionado o problema e por estabelecer prazos considerados insatisfatórios.

“O surgimento de metano no solo da USP Leste é resultado da combinação de um fenômeno natural e um processo de ocupação pelo homem, que impermeabilizou o solo, impedindo o escape do gás”, disse o professor, que estudou a presença do gás no solo da USP Leste.

Em janeiro, a Justiça determinou a interdição do prédio e a suspensão de todas as atividades no espaço.

No local, a USP diz que estão sendo instaladas chaminés e bombas para a extração dos gases.

Procurada pela reportagem, a USP não comentou os problemas encontrados pelos Bombeiros no sistema de combate a incêndio.