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Após pedido do Ministério Público, USP cancela Show Medicina

Tradicional festa de medicina da USP tem denúncias de abuso e discriminação - Gustavo Basso/UOL
Tradicional festa de medicina da USP tem denúncias de abuso e discriminação Imagem: Gustavo Basso/UOL

Do UOL, em São Paulo

01/09/2015 12h34

A direção da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) decidiu nesta terça-feira (1º) cancelar a autorização para a realização do Show Medicina, festa tradicional que foi alvo de denúncias de trotes violentos, castigos físicos, humilhações e discriminação racial e de gênero.

A decisão foi tomada após um pedido realizado pelo Ministério Público, que entregou ontem uma recomendação de cancelamento da festa para a direção da faculdade. A Promotoria de Justiça de Direitos Humanos da Capital e o Grupo de Enfrentamento à Violência Doméstica apuram, desde setembro de 2014, a violação de direitos humanos em festas realizadas na faculdade.

A Promotoria pediu que faculdade investigue as denúncias, apontadas inclusive durante uma CPI realizada pela Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), e que a Associação Cultural Show Medicina elimine a prática dos trotes e que os critérios de admissão para o evento sejam amplamente divulgados.

De acordo com a CPI e com o Ministério Público, somente os homens podem participar da festa, reservando às mulheres apenas a costura dos figurinos, em espaço segregado. Os homens não podem participar da costura e as mulheres estão impedidas de participar da apresentação principal.

Em nota, a faculdade disse que estão suspensas as atividades do Show Medicina no campus até que as recomendações do Ministério Público sejam atendidas.

A reportagem não encontrou os realizadores da festa para comentar a decisão.