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Paula Souza afirma que 9 etecs foram desocupadas; prejuízo foi R$ 120 mil

Do UOL, em São Paulo

13/05/2016 18h44

O Centro Paula Souza, responsável pelas etecs (Escolas Técnicas), informou que foram desocupadas nove estabelecimentos até o final desta sexta (13).

A autarquia do governo estadual de São Paulo não esclareceu em que condições as desocupações foram feitas-- se por iniciativa dos próprios alunos que protestavam, se por pressão da comunidade escolar (outros alunos e seus pais) ou com base na nova orientação do Estado de São Paulo de obter a "reintegração" sem passar pela Justiça.

Cerca de 50 estudantes foram levados a DPs (Distritos Policiais) na manhã desta sexta pela PM. Entre eles, havia estudantes que estavam em um dos prédios da Etesp (Escola Técnica de São Paulo) e outros três grupos ocupavam delegacias regionais de ensino.

Prejuízos

Segundo a instituição, num cálculo preliminar, os prejuízos somam R$ 120 mil. Na ocasião da reintegração de posse da sede do Centro Paula Souza, no dia 6 de maio, a estimativa de danos somava R$ 80 mil.

Na lista de estrago estão portas arrombadas, furto de equipamento e sumiço de arquivos de computador.

Os alunos ocupavam os prédios em protesto contra a falta de alimentação para os alunos dos cursos de período integral e a chamada "Máfia da Merenda". Eles seguiam a tática dos secundaristas que chegaram a ocupar quase 200 escolas no ano passado.

A retomada dos espaços provocou certa polêmica: a mais recente é em relação ao parecer da PGE (Procuradoria Geral do Estado) que orienta a desocupação sem ação judicial. 

Na semana passada causou polêmica uma decisão que fazia exigências para a reintegração do Centro Paula Souza-- e que o governo Alckmin conseguiu reverter. O texto pedia que os PMs não utilizassem arma na ação e que o próprio secretário, na época Alexandre de Moraes, conduzisse a operação.

Leia nota na íntegra:

A Assessoria de Comunicação do Centro Paula Souza informa que nove Escolas Técnicas Estaduais (Etecs) foram desocupadas de quinta-feira para sexta-feira, 13. São elas: Etec São Paulo, no Bom Retiro, conhecida como Etesp; Etec Prof. Basilides de Godoy, na Vila Leopoldina; Etec Jaraguá; Etec Prof. Horácio Augusto da Silveira, na Vila Guilherme; Etec Zona Sul, no Jardim São Luís; de Pirituba; Etec Albert Einstein, na Casa Verde; Etec Paulistano, na Freguesia do Ó; e de Etec Taubaté. Numa apuração apenas inicial, já foram computados mais de R$ 120 mil em prejuízos ao patrimônio de duas dessas unidades tomadas e da sede administrativa da instituição.

Além dos estragos a mobiliário e instalações, à central de telefonia e ao circuito de câmeras, na Basilides de Godoy os ocupantes levaram HDs com o banco de dados de mais de 30 mil alunos que já passaram pela escola. 

Ocupada por quase duas semanas, a Etesp teve portas arrombadas, fechaduras e móveis danificados, estragos na alvenaria, encanamento e até em materiais usados pelos alunos. Os ocupantes invadiram a sala do diretor, abriram sua caixa de correio eletrônico e imprimiram uma pilha de emails. Alguns documentos já haviam sido rasurados e jogados pela janela na quarta-feira.

Nas Etecs Horácio Augusto da Silveira, de Pirituba, Paulistano e de Taubaté, não foram registrados danos decorrentes das ocupações. As Etecs Zona Sul e Jaraguá ainda não concluíram a perícia do patrimônio. Além dos prejuízos materiais, o atraso do calendário escolar obrigará as unidades a fazerem reposição de aulas. Estudam nas Etecs desocupadas nesta sexta-feira mais de 11 mil alunos.

O Centro Paula Souza reconhece o direito às reivindicações, mas informa que elas já foram atendidas. A partir de agosto, as Etecs que ainda não serviam refeição e têm alunos estudando em tempo integral passarão a distribuir almoço. Mesmo assim, a instituição tem se reunido com grêmios estudantis das Etecs para continuar o diálogo.

O Centro Paula Souza lamenta que um pequeno grupo se oponha à vontade da maioria de alunos que querem continuar a estudar. Lamenta ainda os atos de vandalismo praticados nas unidades invadidas e em sua sede administrativa, que ficou ocupada por oito dias e onde já foram contabilizados prejuízos de R$ 80 mil reais.