Pelas redes sociais, universitários tiram dúvidas de estudantes sobre Enem
Desde o começo de outubro, o universitário Adécio Moreira Júnior, 29, tem arrumado um tempinho na sua agenda, dividida entre o trabalho em uma agência de marketing digital e as aulas do curso de filosofia na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), para ajudar estudantes que vão fazer este ano o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).
Júnior tem auxiliado atualmente cerca de dez alunos, que enviam redações para ele dar uma espiada. "Aviso que não darei nota porque seria muito irresponsável da minha parte. O que posso fazer é ler, porventura dizer o que é um texto argumentativo que segue os pilares que não só o Enem exige, mas qualquer banca de vestibular", explica. Ele também dá dicas sobre "coesão, coerência, erros gramaticais, concordância, e formas de melhorar o vocabulário".
O universitário tem experiência quando o assunto é Enem. Fez o exame entre os anos de 2005 e 2010. "Eu tenho uma história longa sobre a época em que estudei para passar numa universidade pública. Eu cheguei a fazer cursinho popular por um período, mas o plantão de redação era bem falho. E a redação, querendo ou não, é o que pode fazer a grande diferença no Enem".
Júnior lembra que a saída que encontrou foi treinar "por conta mesmo, escrevendo o quanto podia, lendo muitos editoriais jornalísticos". Ele conta que chegou a criar um blog, que "se tornou um exercício mais dinâmico".
"Anúncio" no Facebook
Os "alunos" de Júnior chegaram até ele depois que o universitário publicou uma espécie de anúncio em seu perfil no Facebook e em grupos de estudantes na rede social. No texto dos posts, ele escreveu: "Galera que vai prestar Enem este ano: fico à disposição para ler, corrigir, tirar dúvidas, ajudar em ideias --enfim, no que eu puder-- no que se refere às redações de vocês".
A ideia de se disponibilizar para dar uma mãozinha a quem vai fazer as provas do Enem foi "copiada" de uma amiga dele, Maíra Fuligno, 20. A estudante de psicologia na UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora), em Minas Gerais, ofereceu seus serviços também por meio de um post no Facebook.
Ela tem dado suporte a sete jovens. "Ajudo em história, linguagens (português e inglês) e redação. Esses conteúdos ainda estão bem frescos", fala. A universitária é "especialista" em Enem já que fez o exame durante quatro anos seguidos, "desde o primeiro ano do ensino médio".
Os amigos Fuligno e Júnior torcem para que mais estudantes peçam ajuda a eles e que outros universitários se inspirem na iniciativa. "É um movimento necessário porque o processo de vestibular é muito cansativo", afirma Fuligno.
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