Enem 2016: 2º dia foi mais difícil, e matemática não teve surpresas
O Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2016 chegou ao fim neste domingo (6) com a aplicação das provas de matemática, linguagens e códigos, e de redação. De acordo com professores ouvidos pelo UOL, o segundo dia do exame foi mais difícil do que o primeiro dia.
“A prova do Enem teve um nível altíssimo [em relação ao primeiro dia]. A matemática e o português foram trabalhosos e não sei se deu tempo suficiente [para os candidatos responderem]”, afirmou a professora Vera Lúcia da Costa Antunes, coordenadora do Curso e Colégio Objetivo.
Para Célio Tasinafo, coordenador do cursinho Oficina do Estudante, os enunciados trouxeram textos maiores do que ontem e, por isso, a prova foi bem trabalhosa.
“A prova foi um pouco maior até do que a do ano passado. O candidato precisou ler bastante para responder as questões. Foi uma prova bem feita, bonita, mas cansativa e mais difícil em relação ao tempo. Ainda mais porque hoje eles tiveram a redação para fazer”, explicou.
“A prova de linguagem e códigos estava bem perto do que a gente esperava. Caíram praticamente todos os tipos de gêneros textuais importantes. Desde textos de teatros até crônicas. E não só crônicas de autores como Luis Fernando Veríssimo. Caíram crônicas de Machado de Assis”, acrescentou Tasinafo.
Já o professor de português João Filho, do Sistema Ari de Sá, destacou a predominância de autores menos conhecidos, como Ana Cristina Cesar, poetisa da literatura marginal, e Armando Freitas Filho.
“Um outro aspecto que me chamou a atenção é que tiveram mais questões de gramática do que ano passado, e todas elas contextualizadas”, concluiu.
Matemática
De forma geral, a prova de matemática seguiu os padrões dos últimos anos do Enem. Segundo o professor de matemática Thiago Dutra, do Anglo Vestibulares, a prova de hoje teve questões bem contextualizadas e exigiu muito mais raciocínio lógico dos candidatos.
“Caíram porcentagem, probabilidade, estatística e análise de gráficos. O aluno que revisou as provas anteriores já esperava o conteúdo que foi cobrado. Para ele, não houve surpresas”, destacou Dutra.
De acordo com o professor, a questão que talvez tenha sido a mais difícil foi a sobre o Índice de Gini (instrumento matemático utilizado para medir a desigualdade social). “Se tornou difícil porque o contexto da questão não era óbvio para a maioria dos alunos. É um conceito mais econômico, mais específico.”
O professor Thiago Pacífico, do Sistema Ari de Sá, gostou da prova de matemática. Ele considerou os textos muito atuais, as questões bem elaboradas e bastante equilibradas quanto ao nível de dificuldade.
“As tabelas apareceram em pelo menos sete questões. Os gráficos em aproximadamente nove perguntas. Talvez essa tenha sido uma das melhores provas de matemática do Enem”, disse Pacífico.
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