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MEC anuncia antecipação de inscrições do Sisu para 23 de janeiro

Ricardo Matsukawa/UOL
Imagem: Ricardo Matsukawa/UOL

Luciana Amaral e Mirthyani Bezerra

Do UOL, em Brasília e em São Paulo

18/01/2018 11h41Atualizada em 18/01/2018 13h10

A abertura das inscrições do Sisu (Sistema de Seleção Unificada) foi antecipada para 23 de janeiro, anunciou nesta quinta-feira (18) o ministro da Educação, Mendonça Filho. Segundo ele, o prazo para que os participantes do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) tentem uma vaga à instituição pública de ensino superior de seu interesse será de 23 a 26 de janeiro.

Inicialmente, o prazo para registrar a nota no sistema do Sisu seria de 29 de janeiro até as 23h59 de 1º de fevereiro, horário de Brasília.

O anúncio foi feito na entrevista coletiva para divulgar as notas do Enem de 2017, que foram liberadas às 12h (horário de Brasília)

Segundo Mendonça Filho, não há um motivo mais sério para a mudança do calendário. “É para saciar a ansiedade [dos candidatos]”, falou, rindo.

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As datas para inscrição no Prouni (Programa Universidade para Todos) não foram alteradas e continuam sendo entre 6 e 9 de fevereiro, informou o ministério. O programa concede bolsas integrais e parciais a participantes do Enem com renda familiar bruta mensal per capita de até um salário mínimo e meio e de até três salários mínimos, respectivamente.

Para consultar suas notas do Enem, o candidato deve ter em mãos seu CPF e a senha cadastrada no período da inscrição. Caso tenha esquecido ou perdido a senha, é possível recuperá-la.

Com os resultados do Enem, os participantes podem concorrer a vagas nas universidades federais que integram o Sisu, a bolsas do Prouni e a financiamentos do Fies (Programa de Financiamento Estudantil). A nota também pode ser utilizada para participação em diversos processos seletivos.

Além disso, 27 universidades portuguesas já aceitam a nota do Enem como critério para ingresso nas instituições.

Polêmica na redação

Após disputa na Justiça poucos dias antes da prova do Enem no ano passado, ficou decidido: o candidato que desrespeitar os direitos humanos não teria nota zero na redação automaticamente, mas poderá perder pontos.

A decisão da ministra Cármen Lúcia, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), foi dada às vésperas da aplicação do exame. O MEC não recorreu e prometeu acatá-la.

Das mais de 4,7 milhões de redações corrigidas no Enem 2017, 6,5% receberam nota zero e apenas 53 atingiram a nota mil. Das zeradas, a maioria fugiu ao tema (5,01% delas).

O número de redações nota mil diminuiu em relação a 2016, quando 77 alcançaram a nota. Já o número de redações com nota zero por causa de fuga ao tema aumentou. Na edição anterior, apenas 0,78% haviam se distanciado do tema solicitado. 

No ano passado, o tema da redação foi “Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil”. Apesar de ter sido elogiado por professores ouvidos pelo UOL, eles alertaram que, por se tratar de uma proposta muito específica, o candidato poderia eventualmente cair em fuga ao tema –erro que pode zerar a nota da redação

Mudanças

Mais caro e sem certificar para o ensino médio, o Enem 2017 registrou 7,6 milhões de inscritos –o menor número desde 2013, quando 7,8 milhões se inscreveram para a prova.

Já a taxa de inscrição, que era de R$ 68, passou para R$ 82. Segundo o Inep, o reajuste foi feito para repor a inflação dos últimos anos.

A redução no número de inscritos já era esperada pelo Inep –segundo o órgão, cerca de 11% do total de inscritos fizeram o Enem em busca da certificação em 2016.

Foi também a primeira vez em que o exame passou a ser realizado em dois domingos consecutivos. No ano passado, as provas foram aplicadas nos dias 5 e 12 de novembro.

Houve mudanças também nas regras de isenção para participantes de baixa renda, que incluíram pela primeira vez um cruzamento de dados com o Cadastro Único do governo federal.