Após embate com Vélez, Tábata Amaral avalia novo nome no MEC: 'Tristeza'
Figura emblemática na derrocada de Ricardo Vélez, demitido hoje do Ministério da Educação, a deputada federal Tabata Amaral (PDT-SP) criticou a escolha do sucessor para a pasta, o economista Abraham Weintraub.
"Me causa mais tristeza do que surpresa que o ministério da educação continue sendo uma das poucas pastas para as quais admitimos ter um ministro com pouca ou nenhuma experiência na área", escreveu a parlamentar.
No mesmo post, ela pediu que Weintraub "saiba ir além das questões ideológicas e corra atrás dos prejuízos de mais de três meses de paralisia do MEC".
Além disso, Tabata afirmou que aguarda "uma apresentação da visão do ministro para os principais problemas da educação brasileira, assim como o planejamento estratégico da pasta".
A deputada ainda disse que continuará pressionando o ministério da educação para que ele "não seja um lugar de polêmicas, desmandos e demissões, mas sim de muito trabalho por uma educação pública de qualidade para todos".
O ministério passa por uma crise desde a mudança de gestão em janeiro, com uma disputa interna que já levou a decisões polêmicas, recuos e 15 exonerações por "motivos técnicos", segundo o ministro indicado pelo guru do presidente Jair Bolsonaro (PSL), o escritor e filósofo Olavo de Carvalho. Além disso, Vélez foi exonerado hoje do cargo.
Em 27 de março, Tabata criticou Vélez pela falta de projetos, de planejamento e de metas.
"Já se passaram três meses e em um trimestre não é possível que o senhor apresente um Power Point com dois, três desejos para cada área da educação. Onde estão os projetos, as metas, quem são os responsáveis? Isso não é um projeto estratégico. Isso é uma lista de desejos", afirmou a parlamentar, que não teve seus questionamentos respondidos.
Aos 25 anos, eleita a sexta deputada federal mais votada de São Paulo, ela espera que o episódio com o ministro "tenha mostrado para as pessoas que educação não é brincadeira". "Não podemos deixar que a educação simplesmente saia da agenda nacional ou quando apareça, apareça apenas por questões ideológicas", diz a deputada.
Criada na Vila Missionária, periferia de São Paulo, Tabata conseguiu uma bolsa na universidade de Harvard, nos Estados Unidos, onde se formou em ciência política e astrofísica. Ela também é cofundadora do movimento Mapa Educação, que fiscaliza propostas políticas de ensino, e do movimento Acredito, que tem como proposta renovar a política brasileira.
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