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Após bloqueios do MEC, Bolsonaro diz que "ninguém vai cortar por maldade"

O presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia de assinatura do decreto que muda uso de armas por atiradores esportivos - Marcos Corrêa/PR
O presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia de assinatura do decreto que muda uso de armas por atiradores esportivos Imagem: Marcos Corrêa/PR

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

08/05/2019 17h26

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou hoje que "ninguém vai cortar [recursos] da educação por maldade" ao participar de videoconferência com alunos de uma escola pública de Goiás.

"O Brasil está em uma situação difícil quando se fala em dinheiro. Herdamos uma dívida muito grande de governos anteriores, mas faremos o possível para bem atender vocês na educação. Ninguém cortou 30% da educação. Estamos pegando recursos de uma área e botando em outra. Mais recursos para educação básica. No começo, contingencia tudo. Outros governos também contingenciaram. Cortaram recursos, no linguajar popular. Ninguém vai cortar da educação por maldade. Mas não temos como pagar as dívidas que o Brasil tem e, por isso, esse contingenciamento", disse.

Ao todo, os bloqueios anunciados pelo Ministério da Educação podem chegar a R$ 7,3 bilhões e atingem todas as esferas da educação, desde a infantil até a pós-graduação.

Bolsonaro conversou hoje à tarde com diretores e alunos da escola Calunga I, localizada no município de Cavalcante, em Goiás, via videoconferência, para comemorar um milhão de estudantes atendidos com acesso à internet de banda larga por satélite. A instituição conta com 453 estudantes.

Em uma sala no Palácio do Planalto, em Brasília, também participaram da reunião os ministros Abraham Weintraub (Educação), Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), além do presidente da Telebras, Waldemar Gonçalves.

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A transmissão da videoconferência foi possibilitada pela conexão fornecida pelo satélite, lançado em maio de 2017. Ele tem o objetivo de levar internet de banda larga a todo o território nacional, com destaque para comunidades carentes, e incrementar a comunicação militar.

Segundo o governo federal, o programa leva acesso à internet banda larga via satélite a um milhão de alunos hoje. Até o momento, 3,1 mil das 6,5 mil escolas de difícil acesso, como nas áreas rurais, a participarem do programa até agosto, estão sendo atendidas, informou o presidente da Telebras. O objetivo é atender 10 mil escolas até o fim de dezembro deste ano, complementou.

O ministro Weintraub disse que o Brasil "estava afundando", "parou de afundar, mas ainda não decolou". Para que o governo possa fazer "pequenos investimentos" como o do satélite, disse, é preciso aprovar a reforma da Previdência em tramitação na Câmara dos Deputados.

"A gente está segurando 5% do orçamento. Nesse momento a gente não consegue entregar tudo o que gostaria. Mas a meta é entregar para vocês a melhor educação que o Brasil já teve, prioridade total para crianças pequenas, seus irmãos mais novos. Uma escola, uma creche que permita a vocês chegar ao espaço", afirmou, em referência a Marcos Pontes.